Um escândalo religioso está chocando a Tailândia: uma operação policial descobriu monges usando metanfetamina em um templo budista, além de expor um esquema milionário de desvio de dinheiro, pornografia e relações proibidas com uma mulher envolvida com o alto clero.
A operação ocorreu no monastério Wat Prathom, na província de Phichit, no norte do país, onde seis monges testaram positivo para drogas e foram expulsos do monaquismo na última segunda-feira (21). Eles participavam do tradicional Retiro das Chuvas, um dos períodos mais sagrados do calendário budista.
🧘♂️ ESCÂNDALO NA TAILÂNDIA
— Agência GBC (@AgenciaGBC) July 25, 2025
Monges foram flagrados usando metanfetamina em templo budista.
A polícia também descobriu arma caseira, vídeos pornográficos e desvio de milhões no centro da trama. pic.twitter.com/ytywutbgmv
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Monges e metanfetamina: drogas escondidas no templo
Durante a ação, 30 policiais invadiram o templo e encontraram:
- Comprimidos de metanfetamina escondidos nos aposentos
- Acessórios para consumo de drogas
- Uma arma caseira e munições
Dos 18 monges presentes, um terço testou positivo para metanfetamina. Os seis flagrados foram enviados a centros de reabilitação, segundo o vice-governador de Phichit, Kitipon Wetchakul.
A ação fez parte de uma operação maior, que ocorreu simultaneamente em templos de 12 distritos da província.
Desvio milionário e femme fatale: a queda da confiança no clero
O caso das drogas entre monges veio à tona em meio a outro escândalo: a sedutora Wirawan Emsawat, conhecida como Sika Golf, foi presa acusada de desviar cerca de R$ 66 milhões de templos budistas após seduzir monges de alto escalão.
Segundo as investigações:
- Wirawan mantinha relacionamentos sexuais com monges e políticos
- Ela usava o dinheiro para jogos de azar e luxo
- Armazenava mais de 80.000 arquivos pornográficos em seus celulares
- Chantageava os envolvidos com vídeos explícitos
- Afirmou ter filhos com alguns religiosos
A revelação ocorreu durante buscas pela polícia na casa dela, em Bangcoc. Ela enfrenta acusações de lavagem de dinheiro, receptação e apoio ao desvio de verbas religiosas.
Reação do budismo tailandês
O Conselho Supremo Sangha, órgão máximo do budismo no país, informou que está revisando seus regulamentos. Entre as propostas estão:
- Pena de prisão de até 7 anos para monges que cometam violações graves
- Multas de até 140 mil baht (R$ 24 mil)
- Penalidades semelhantes para civis envolvidos com monges em atos sexuais
Confiança em queda
O voto de celibato, feito por todos os monges, exige o afastamento dos desejos mundanos. Mas casos recorrentes de escândalos sexuais e corrupção vêm minando a credibilidade do clero budista na Tailândia.
O caso dos monges metanfetamina é apenas o mais recente de uma longa lista de episódios que estão abalando os pilares espirituais de um dos países mais devotos do mundo.
