Com tanta informação chegando ao mesmo tempo — redes sociais, streaming, mensagens, notificações — é comum a sensação de que “não cabe mais nada” na mente. Mas será que o cérebro realmente pode ficar sem espaço?
Segundo especialistas, o cérebro não funciona como um HD ou um pen drive. Ele é muito mais inteligente e flexível.
O cérebro não “enche”, mas pode ficar sobrecarregado
O neurocientista Leandro Freitas Oliveira, da Universidade Católica de Brasília, explica que o cérebro não armazena arquivos, mas constrói redes de memória. Ele está constantemente criando, reorganizando e descartando conexões neurais, num processo dinâmico que nunca para.
Estudos indicam que a capacidade de armazenamento pode chegar ao equivalente a vários petabytes — mais de 1 milhão de gigabytes.
LEIA MAIS:
- Governo emite alerta preocupante para quem tem dinheiro no FGTS
- Esta abelha brasileira elimina 100% das larvas da dengue
- Anvisa suspende suplemento com vitamina D e ômega 3

Como o cérebro “limpa” sua memória
A cada fase da vida, o cérebro faz uma espécie de “faxina” chamada poda sináptica. Conexões pouco usadas vão sendo enfraquecidas e, com o tempo, a informação fica mais difícil de acessar — mas não some completamente.
Se você volta a estudar ou reviver aquela memória, a conexão pode se fortalecer de novo.
Emoções fortalecem a memória
Experiências marcadas por emoções fortes — boas ou ruins — têm mais chances de serem armazenadas para sempre. Segundo o neurologista Amauri Godinho, o cérebro “grava” melhor aquilo que impacta emocionalmente.
Um simples exemplo: você talvez não se lembre da cor da porta do consultório, a menos que bata o dedão nela. A dor faz o cérebro fixar a lembrança.
Dicas para manter a memória afiada
Para preservar o bom funcionamento da mente, os especialistas recomendam:
- Dormir bem
- Praticar exercícios físicos
- Estudar e aprender coisas novas
- Meditar e evitar multitarefa
- Reduzir tempo de tela
- Conversar e viver experiências significativas
Excesso de estímulos digitais prejudica o foco
Mesmo com toda sua capacidade, o cérebro sofre quando é bombardeado por estímulos rápidos e curtos. Rolar infinitamente o feed ou alternar entre vídeos curtos reduz o foco, causa fadiga mental, dificulta o aprendizado e afeta a memória recente.
Além disso, o uso excessivo de apps, GPS e lembretes automáticos está “terceirizando” funções do cérebro, deixando de exercitar o planejamento, atenção e tomada de decisão.
“Tecnologia é aliada, mas não pode substituir o cérebro. Se você não exercita, enfraquece”, diz Oliveira.