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28 de julho de 2025

Esta abelha brasileira elimina 100% das larvas da dengue

Pesquisadores descobrem que substância da abelha elimina larvas do mosquito da dengue em 48h. Conheça o novo larvicida natural

Uma descoberta surpreendente de cientistas brasileiros pode mudar o rumo do combate à dengue no país, e o segredo está nas abelhas sem ferrão. Pesquisadores da USP, UnB e startups de biotecnologia revelaram que a própolis da abelha mandaçaia, nativa do Brasil, contém uma substância natural capaz de matar 100% das larvas do mosquito Aedes aegypti em até 48 horas.

A revelação foi publicada na revista científica Rapid Communications in Mass Spectrometry e já movimenta o setor de controle de endemias. O novo composto tem origem vegetal e pode substituir os larvicidas químicos agressivos, usados hoje em larga escala no Brasil.

“É uma alternativa promissora, segura e ambientalmente correta”, afirmam os responsáveis pelo estudo.

Como a abelha combate o mosquito da dengue?

A substância ativa encontrada na própolis da mandaçaia é um diterpeno, extraído da resina do pinus, árvore comum no Brasil. As abelhas coletam essa resina, levam para a colmeia e a modificam com enzimas naturais da saliva, criando um produto altamente tóxico especificamente para as larvas do mosquito da dengue.

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Nos testes de laboratório, 90% das larvas morreram em apenas 24 horas, e 100% foram eliminadas em até 48 horas. A mesma eficácia não foi observada em outras espécies de abelhas, como jataí, borá ou mirim, nem na própolis tradicional da abelha-europeia.

Abelha mosquito dengue: entenda o potencial do composto

Essa interação poderosa entre abelha, mosquito e dengue chama atenção pela eficácia e segurança. A geoprópolis da mandaçaia é uma alternativa natural que pode reduzir drasticamente a população do mosquito transmissor de:

  • Dengue
  • Zika
  • Chikungunya
  • Febre amarela

O composto, além de ser biodegradável, não oferece riscos à saúde humana nem ao meio ambiente.

Produção em laboratório pode viabilizar uso em larga escala

Apesar do potencial, a produção natural da geoprópolis é limitada. Porém, como o diterpeno vem da seiva do pinus, cientistas já estudam formas de replicar o processo em laboratório, usando biorreatores industriais. Com isso, o produto poderá ser fabricado em grande escala e usado em campanhas nacionais de controle de vetores.

Nova tecnologia: pó e comprimido mata-larvas

O mesmo projeto também desenvolveu um segundo larvicida natural, extraído de uma planta cultivada em larga escala no país (a espécie não foi revelada). A substância foi transformada em duas versões:

  • , que mata as larvas imediatamente;
  • Comprimido, que libera o princípio ativo lentamente, protegendo a água por até 24 dias.

Essas inovações podem revolucionar o combate à dengue em áreas urbanas e rurais, além de reduzir a dependência de produtos químicos tóxicos.

Abelhas mandaçaia: nativas, dóceis e valiosas

As mandaçaias são abelhas nativas brasileiras, conhecidas por não possuírem ferrão e serem fáceis de criar. Por isso, também são alvo de projetos de meliponicultura sustentável. Agora, ganham nova relevância como aliadas no combate à dengue.

Guilherme Galhardo
Guilherme Galhardo
Estudante de jornalismo, apaixonado pela cultura POP, luta-livre, games, séries e filmes. Entusiasta de meteorologia e punk rocker nas horas vagas.
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