O planeta Terra entrou oficialmente no “cheque especial” ecológico no dia 24 de julho de 2025. A data, conhecida como Dia da Sobrecarga da Terra, marca o momento em que a humanidade já esgotou todos os recursos naturais que o planeta pode regenerar em um ano. A estimativa é da Global Footprint Network em parceria com a Universidade de Toronto, e revela um cenário alarmante: estamos consumindo mais do que a Terra consegue oferecer.
Neste ano, a data chegou uma semana antes do que em 2024, o que indica uma aceleração no consumo desenfreado de recursos naturais. O principal motivo para essa antecipação é a menor capacidade dos oceanos de absorver dióxido de carbono (CO2), agravando ainda mais a crise climática. Especialistas alertam que isso está diretamente ligado a ações humanas como o desmatamento, a poluição e a queima de combustíveis fósseis.
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Segundo Mathis Wackernagel, cofundador da Global Footprint Network, a situação é grave e o planeta está acumulando uma “dívida ecológica” cada vez maior. Mesmo que o consumo global não aumentasse mais, o estrago já feito continua se acumulando, comprometendo o futuro das próximas gerações. O impacto já é visível: degradação ambiental, perda de biodiversidade e eventos climáticos extremos estão se tornando cada vez mais frequentes.
Terra entra no “cheque especial” e especialistas preveem consequências catastróficas: onde está o Brasil neste cenário?
O Brasil entrou no “cheque especial da Terra” em 1º de agosto, mas países como Catar, Luxemburgo e Singapura esgotaram seus recursos já em fevereiro. Os Estados Unidos ultrapassaram o limite em março, seguidos pela Alemanha e Polônia em maio. Na outra ponta da lista, países como Índia, Quênia, Nigéria e Uruguai ainda conseguem viver dentro da capacidade ecológica do planeta.
Para reverter esse cenário, a ONG propõe mudanças sistêmicas e urgentes em cinco áreas: energia, cidades, alimentação, uso da terra e população. A substituição de fontes fósseis por renováveis, a redução no desperdício de alimentos e até um simples dia sem carne por semana poderiam empurrar o Dia da Sobrecarga da Terra para dezembro. No entanto, interesses econômicos e políticos ainda freiam essas transformações.
Apesar dos desafios, ainda há esperança. A pressão popular e a conscientização são ferramentas poderosas para exigir mudanças dos governos e empresas. O “cheque especial” da Terra é um alerta de que não se trata apenas do futuro: o planeta já está cobrando a conta, e a humanidade precisa agir antes que a natureza declare falência.