Falar sozinho é um comportamento que muitas pessoas escondem por vergonha ou medo de parecerem estranhas. Mas, ao contrário do que se pensa, esse hábito é mais comum do que parece, e pode trazer diversos benefícios para a saúde mental e o funcionamento do cérebro.
A prática, muitas vezes feita em voz alta e de forma espontânea, pode ajudar a organizar pensamentos, regular emoções e até melhorar a memória. Estudos apontam que o autodiálogo é uma ferramenta poderosa de autocontrole e desempenho cognitivo.
Falar sozinho não é loucura, é estratégia
O psicólogo Lev Vygotsky já defendia, há décadas, que o autodiálogo é uma etapa natural do desenvolvimento cognitivo. Crianças falam sozinhas enquanto aprendem, justamente para estruturar ações e decisões. Esse comportamento, no entanto, não desaparece na vida adulta, apenas se transforma.
Segundo estudos da Universidade de Wisconsin-Madison, pessoas que falam em voz alta ao tentar se lembrar de algo conseguem localizar objetos mais rapidamente e manter o foco com mais facilidade. O cérebro responde de forma mais ativa quando ouvimos nossas próprias palavras.
LEIA MAIS:
- WhatsApp vai parar de funcionar em breve; Substituto já foi anunciado
- Esta moeda rara pode valer o preço de um carro e muita gente não sabe
- Mosquito de banheiro significa sujeira? A verdade pode te surpreender
Uma dose de motivação pessoal
Se você já se pegou dizendo “eu consigo” ou “falta pouco” durante um treino ou tarefa difícil, saiba que essa autoafirmação faz sentido. Pesquisadores observaram que atletas que falam consigo mesmos durante competições melhoram sua performance. A linguagem falada ativa áreas do cérebro relacionadas ao planejamento e execução, mantendo o foco e a disciplina.
Falar sozinho reduz o estresse?
Sim. De acordo com um estudo publicado na Scientific Reports, verbalizar emoções ajuda a aliviar o estresse e a controlar impulsos. Quando expressamos pensamentos em voz alta, organizamos sentimentos e facilitamos o processo de compreensão emocional.
Terapeutas cognitivos, inclusive, incentivam a prática de frases positivas e o autodiálogo como forma de combater a autocrítica e fortalecer a autoestima.
E quando falamos com a gente mesmo na terceira pessoa?
Esse tipo de fala (por exemplo, “João, você precisa se acalmar”) pode parecer ainda mais estranho, mas tem fundamento. Pesquisadores da Universidade do Estado de Michigan mostraram que esse hábito cria uma “distância psicológica” das emoções, permitindo lidar com conflitos internos de forma mais racional.
Pessoas que se referem a si mesmas pelo nome durante momentos de tensão têm respostas emocionais mais controladas, segundo exames cerebrais.
Conclusão: falar sozinho é saudável?
Sim, desde que não esteja associado a alucinações ou quadros clínicos graves, o hábito de falar sozinho pode ser benéfico. Ele melhora o raciocínio, ajuda a lidar com emoções e até aumenta a produtividade.
Em tempos de sobrecarga mental, talvez a melhor conversa que você pode ter…seja com você mesmo.