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05 de agosto de 2025

Governo desativa radares nas rodovias federais por falta de verba

O Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) revelou que, para manter os contratos vigentes em 2025, seriam necessários R$ 364 milhões

Desde 1º de agosto de 2025, o governo federal desligou todos os radares eletrônicos instalados nas rodovias federais do Brasil. A medida é resultado do corte de 88% no orçamento do Programa Nacional de Controle Eletrônico de Velocidade (PNCV), responsável pela fiscalização eletrônica de velocidade nas estradas.

Impactos da desativação dos radares nas rodovias

A paralisação do sistema afeta cerca de 47 mil quilômetros de rodovias federais, colocando em risco a segurança dos motoristas e pedestres. Especialistas e entidades do setor, como a Associação Brasileira das Empresas de Engenharia de Tráfego (Abeetrans), alertam que a falta dos radares pode aumentar o número de acidentes e mortes nas estradas.

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Orçamento insuficiente para manter radares nas rodovias federais

O Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) revelou que, para manter os contratos vigentes em 2025, seriam necessários R$ 364 milhões. Contudo, a verba liberada na Lei Orçamentária Anual foi de apenas R$ 43,3 milhões. Mesmo com suplementações, o total disponível ficou em R$ 79,6 milhões, valor insuficiente para cobrir os custos do PNCV até dezembro.

Radares eletrônicos e segurança no trânsito

O excesso de velocidade é o principal fator de acidentes graves e mortes nas rodovias brasileiras, conforme dados da Organização Mundial da Saúde (OMS). Em 2024, o Brasil registrou cerca de 34 mil mortes e mais de 200 mil pessoas com sequelas em acidentes nas rodovias federais.

O desligamento dos radares prejudica as metas do Plano Nacional de Redução de Mortes e Lesões no Trânsito (PNATRans), que prevê reduzir em 50% as mortes no trânsito até 2030.

Receita das multas e uso do dinheiro público

Além da função preventiva, os radares são fonte importante de arrecadação. As multas geradas pela fiscalização eletrônica rendem cerca de R$ 1,1 bilhão ao ano para os cofres públicos. Desde 2023, no entanto, esse dinheiro passou a ser redirecionado para despesas administrativas do DNIT, comprometendo a manutenção do programa.

Próximos passos e riscos legais

O DNIT negocia com a Casa Civil e o Ministério dos Transportes para tentar recompor o orçamento e reativar os radares. Por isso, caso não consiga, a suspensão do programa poderá violar um acordo judicial firmado com o Ministério Público Federal, que exige a manutenção e ampliação da fiscalização eletrônica.

Atualmente, o PNCV monitora cerca de 2 mil faixas de rodovias em 21 contratos espalhados por todas as unidades da federação. Havia planos para expandir essa cobertura para 4,7 mil faixas, mas os projetos estão suspensos.

Josué Garcia
Josué Garcia
Estudante de jornalismo e redator de SEO, Josué Garcia escreve sobre cotidiano.
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