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19 de agosto de 2025

Cientistas desenvolvem robô capaz de engravidar

Ainda não houve experimentos com embriões humanos vivos

Cientistas chineses anunciaram o desenvolvimento de um robô humanoide equipado com um útero artificial, capaz de engravidar. A pesquisa é liderada pelo Dr. Zhang Qifeng, da Kaiwa Technology, em Guangzhou.

De acordo com a equipe, a tecnologia está em estágio avançado e já foram realizados testes com fluido amniótico sintético e sistemas de fornecimento de nutrientes que simulam o funcionamento do cordão umbilical. No entanto, ainda não houve experimentos com embriões humanos vivos, e a integração completa do útero artificial ao corpo humanoide segue em fase de ajustes.

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O projeto surge como resposta ao crescimento dos casos de infertilidade e às barreiras legais em torno da gestação por substituição. Na China, onde a “barriga de aluguel” comercial é proibida, muitos recorrem a alternativas clandestinas.

Com preço estimado em 100 mil yuans (cerca de US$ 14 mil), os cientistas afirmam que a tecnologia pode se tornar uma opção mais acessível em comparação aos altos custos da gestação por substituição.

A equipe projeta que os primeiros testes de implantação em humanos possam ocorrer até 2026. Antes, porém, será necessário realizar experimentos com animais de grande porte, além de cumprir etapas regulatórias e éticas. A previsão inicial é que o primeiro nascimento por meio do robô de gravidez aconteça em 2027.

COMO FUNCIONA O ROBÔ?

O robô não apenas imita os processos biológicos básicos da gestação, mas também promete um controle total sobre o ambiente no qual o feto se desenvolve.

Isso inclui a regulação precisa da temperatura, do pH e do fluxo sanguíneo, o que, segundo os cientistas responsáveis, cria “um espaço ideal para o crescimento do bebê de forma segura e monitorada, sem os riscos comuns das gestações humanas”.

Mas proposta gera muitas discussões éticas. A ideia de substituir a mãe biológica por uma máquina levanta questões sobre o papel da maternidade e da paternidade, o vínculo entre pais e filhos e até mesmo os direitos de um bebê nascido por esse método.

Especialistas alertam para os riscos de desumanização do processo reprodutivo, questionando se a criação de uma criança em um ambiente completamente artificial pode afetar o desenvolvimento emocional e psicológico no futuro.

Além disso, a introdução dessa tecnologia no mercado também traria uma série de desafios legais e regulatórios.

A China, por exemplo, precisará revisar suas leis relacionadas à fertilização in vitro, à manipulação de embriões e à definição de filiação, para permitir que o uso do robô de gravidez seja legalizado. Especialistas afirmam que a ausência de uma legislação específica sobre gestação artificial pode criar lacunas jurídicas em torno dos direitos dos bebês nascidos por esse método, além de questões sobre a responsabilidade dos pais, dos fabricantes e dos médicos envolvidos no processo.

Bruna Linck
Bruna Linck
Estudante de Jornalismo, Bruna Linck é fotógrafa e escreve sobre o cotidiano da cidade.
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