O governador Eduardo Leite anunciou um plano de incentivos que prevê o pagamento de um bônus para professores, diretores, servidores e alunos de escolas, que irá equivaler a um 14° salário nas escolas que atingirem as metas.
O Programa estadual também prevê prêmios em dinheiro para estudantes com bom desempenho e frequência nas avaliações escolares.
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Governo do RS anuncia que professores, diretores e servidores de escolas poderão receber 14º salário
Para os professores, a bonificação é uma espécie de 14º salário. Já para alunos, os critérios são diferentes, mas as premiações variam de R$ 500 até R$ 2 mil.
O plano faz parte do Programa de Reconhecimento da Educação Gaúcha. A expectativa é que o conjunto de medidas seja regulamentado e implementado já neste ano.
Como irá funcionar o programa:
Para profissionais da educação:
14º salário por desempenho no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb)
Diretores, vice-diretores, orientadores, supervisores, secretários escolares, professores e demais servidores poderão receber até um salário extra proporcional ao cumprimento das metas anuais.
Escolas sem meta de Ideb serão avaliadas por indicadores de rendimento.
Bonificação pela frequência escolar (Bônus 2025)
Diretores, vice-diretores, orientadores, supervisores e secretários escolares serão premiados conforme a presença dos alunos.
A bonificação será proporcional aos resultados de cada escola.
Premiação para estudantes:
Desempenho no Saers (Sistema de Avaliação do Rendimento Escolar do RS), para alunos do 5º e 9º ano do Ensino Fundamental e da 3ª série do Ensino Médio:
1º lugar por turma: R$ 3 mil
2º lugar: R$ 2 mil
3º lugar: R$ 1 mil
Participação no Saeb (Sistema de Avaliação da Educação Básica):
Sorteio de um aluno por turma: R$ 2 mil
Desempenho no Simulado Saeb:
1º lugar por turma: R$ 2 mil
2º lugar: R$ 1 mil
3º lugar: R$ 500
Sorteio de um aluno por turma: R$ 1 mil
A premiação é condicionada à participação no Simulado e à presença mínima de 80% da turma.
A avaliação é realizada a cada dois anos. Em 2025, o Saeb será aplicado em turmas do 2º, 5º e 9º anos do ensino fundamental e da 3ª série do ensino médio.
Serão ministradas provas de Língua Portuguesa e Matemática. Em parte das turmas do 5º e 9º anos, também serão avaliados conhecimentos de Ciências Humanas e Ciências da Natureza.
O que diz o sindicato dos professores
“O CPERS repudia a lógica meritocrática anunciada pelo governador Eduardo Leite (PSD), nesta quarta-feira (13), por meio do chamado Programa de Reconhecimento da Educação Gaúcha. O projeto, apresentado com pompa no Teatro da Feevale, prevê um suposto “14º salário” apenas para quem atingir metas pré-estabelecidas pela Secretaria Estadual de Educação (Seduc).
Eduardo Leite (PSD) segue praticando uma política funcional que discrimina e exclui. A educação e a categoria são uma coisa só: não é admissível remuneração diferenciada, como se sucesso ou insucesso fossem resultado apenas de qualidades e ações individuais. Essa lógica não apenas ignora as condições reais de trabalho, como também tenta dividir a categoria. Meritocracia é competição em vez de cooperação; é a negação do reconhecimento da classe; é individualizar aquilo que se conquista coletiva e socialmente.
E como fica a avaliação dos gestores da educação? São os mesmos que não conseguem manter escolas salubres e estruturadas, que não oferecem climatização, que erram até a data da maior comemoração histórica do Rio Grande do Sul, que criam “escolas-piloto” fadadas ao fracasso e as desativam na surdina para esconder seus erros. Ao mesmo tempo, obrigam as(os) educadoras(es) a jornadas extensas — pelos baixos salários — e intensas — pelo excesso de exigências e sobrecarga —, levando ao adoecimento e até à desistência da profissão.
Essa política desconsidera a realidade das escolas e joga sobre os ombros de professoras(es) e funcionárias(os) uma pressão desmedida, ignorando que a melhoria da educação exige investimentos estruturais, condições dignas de trabalho, redução da sobrecarga e apoio efetivo no ensino-aprendizagem — e não premiações pontuais e seletivas.
O CPERS reafirma: somos contra qualquer modelo de meritocracia na educação. O que queremos e precisamos é piso salarial cumprido integralmente, plano de carreira valorizado, investimentos permanentes e condições adequadas de trabalho. Não aceitaremos penduricalhos que não se incorporam ao salário, que não contam para aposentadoria e que desaparecem justamente na fase da vida em que mais necessitamos de renda para enfrentar o desgaste da saúde.
A verdadeira valorização da educação não se constrói com bônus que mascaram a falta de investimento estrutural, mas com respeito à nossa profissão, garantia de direitos e políticas que beneficiem toda a rede escolar — não apenas quem consegue cumprir metas muitas vezes desconectadas da realidade das comunidades e que, mais uma vez, divide a categoria para distribuir prêmios pontuais sem atacar os verdadeiros males da educação gaúcha.
Educação de qualidade se faz com valorização real, e não com prêmios condicionados.”