A Operação Carrasco, deflagrada pela Polícia Civil nesta quinta-feira (4), tem como alvo principal Paula Lopes, ex-secretária de Bem-Estar Animal de Canoas, na Região Metropolitana. A ação investiga a prática de eutanásias excessivas de animais doentes, além de indícios de estelionato envolvendo recursos da ONG da ex-secretária, o Instituto Paula Lopes. Foram cumpridos seis mandados de busca e apreensão em Canoas, Porto Alegre e Arroio dos Ratos.
De acordo com a delegada Luciane Bertolletti, da 3ª Delegacia de Polícia de Canoas, as investigações começaram em abril e indicam que Paula Lopes teria sacrificado de 15 a 30 animais por semana, principalmente cães e gatos, totalizando 239 eutanásias em oito meses. Durante as buscas, foram encontrados ao menos 14 animais mortos em sacos plásticos dentro de um freezer e gatos mantidos em gaiolas, alguns sem caixa de areia, em um container fechado na sede da secretaria.
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Além disso, a polícia aponta que Paula teria usado a própria ONG para resgatar animais e levá-los ao gabinete, enquanto alguns bichos com tutores ou sob os cuidados da secretaria também teriam sido mortos. Há indícios de que recursos de campanhas do Instituto Paula Lopes, recebidos via Pix, teriam sido desviados, e cerca de R$ 100 mil em espécie foram encontrados na residência da ex-secretária.
Canoas: Ex-secretária acusada de sacrificar animais em massa se manifesta: “política”
A reportagem tentou contato com a defesa de Paula Lopes, mas ainda não obteve retorno. No entanto, ela já se manifestou nas redes sociais, classificando tudo como “política”:
“Isso é só mais um reflexo do que a política faz. O meu único objetivo vai ser sempre ajudar os animais.”
Paula também confirmou que seu celular foi confiscado durante a operação e negou as denúncias:
“As denúncias são infundadas. Já fui alvo de outras acusações do Ministério Público no passado, que não avançaram. O meu trabalho incomoda outras pessoas. Em breve vou divulgar as verdades disso tudo.”
Nota da Prefeitura de Canoas na íntegra
A Prefeitura se pronunciou oficialmente sobre o caso:
“A Prefeitura de Canoas recebe com indignação as denúncias relacionadas à operação realizada na manhã desta quinta-feira (4). A administração municipal sempre se comprometeu a tratar o cuidado com os animais como prioridade. A Prefeitura reitera que colabora com as investigações e abriu um expediente interno para apurar os fatos com todo o rigor.”