A Polícia Civil investiga denúncias de que animais saudáveis sofreram eutanásia em Canoas. As suspeitas motivaram uma operação nesta quinta-feira (4) contra a ex-secretária de Bem-Estar Animal, Paula Lopes, apontada por praticar o procedimento de forma indiscriminada e por possível envolvimento em estelionato.
Segundo a investigação, ao menos 239 animais podem ter sido mortos ao longo de oito meses. O delegado regional de Canoas, Cristiano Reschke, confirmou em entrevista à Rádio Gaúcha que há indícios de que parte deles estava em boas condições de saúde.
Canoas: denúncias apontam que ex-secretária fazia eutanásia em animais saudáveis: grande quantidade de dinheiro em espécie
Além do crime de maus-tratos e crueldade contra animais, a polícia apura se houve estelionato e lavagem de dinheiro. Durante a operação, foram encontrados R$ 76 mil em espécie na casa da ex-secretária, que também atua em uma ONG de proteção animal.
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A Justiça deve ser acionada para que Paula Lopes seja proibida de trabalhar com animais até a conclusão do inquérito. Ela foi exonerada da prefeitura em agosto e nega todas as acusações.
O que diz Paula Lopes
A reportagem da Agência GBC tenta contato com a defesa de Paula Lopes, porém ainda não obteve retorno. O espaço segue aberto para manifestações.
Contudo, nos stories do Instagram, a ex-secretária confirmou o cumprimento de mandados em sua residência e afirmou que teve o celular confiscado. Ela negou as denúncias e disse que tudo não passa de perseguição política:
“Isso é só mais um reflexo do que a política faz. O meu único objetivo vai ser sempre ajudar os animais.”
Paula também afirmou que já foi alvo de denúncias anteriores, mas que não prosperaram, e prometeu divulgar “as verdades disso tudo” em breve.
Nota da Prefeitura de Canoas
“A Prefeitura de Canoas recebe com indignação as denúncias relacionadas à operação realizada na manhã desta quinta-feira (4). A administração municipal sempre se comprometeu a tratar o cuidado com os animais como prioridade. A Prefeitura reitera que colabora com as investigações e abriu um expediente interno para apurar os fatos com todo o rigor.”
Além disso, a Prefeitura de Canoas abriu uma sindicância para apurar as denúncias, com prazo de até quatro semanas para conclusão. Enquanto isso, a Polícia Civil segue reunindo provas para esclarecer o caso.