A Polícia Civil deflagrou nesta terça-feira (9) a Operação Lance Final, uma ofensiva interestadual que desarticulou uma quadrilha especializada no chamado “Golpe do Falso Leilão”. A ação foi coordenada pela 3ª Delegacia de Polícia de Canoas, sob o comando da delegada Luciane Bertoletti, com apoio do Ministério da Justiça, por meio do Ciberlab/SENASP, e da Polícia Civil de São Paulo.
No total, 80 policiais civis cumpriram 16 mandados de busca e apreensão e 12 prisões temporárias nas cidades de Itanhaém e São Paulo (SP). De acordo com a investigação, os criminosos vinham aplicando golpes em diferentes regiões do país e já haviam causado prejuízos superiores a R$ 100 mil somente na área da 3ª DP de Canoas.
Como funcionava o golpe
O esquema utilizava sites falsos de leilões, criados para enganar vítimas com aparência idêntica às plataformas oficiais. Os criminosos clonavam anúncios de veículos, patrocinavam links para garantir destaque nas buscas e utilizavam documentos falsificados para dar credibilidade às páginas.
Após o contato inicial, as negociações eram feitas por WhatsApp, até que as vítimas realizassem a transferência do dinheiro. Depois disso, os golpistas desapareciam, deixando prejuízos financeiros e emocionais.
O relato de uma vítima
Um dos casos investigados envolveu um homem que sonhava em comprar um carro para trabalhar como motorista de aplicativo. Em dezembro do ano passado, ele encontrou o site “santaritaoficial.com”, que simulava ser de uma empresa de leilões de Nova Santa Rita (RS). Confiando na veracidade da página, ele negociou a compra de um Renault Kwid 2017, pagando R$ 21.840,00.
Logo após a transferência, percebeu que havia sido enganado. Sem respostas dos supostos leiloeiros, buscou informações na sede oficial da empresa e confirmou que tinha sido vítima do golpe.
“Era tudo que eu tinha. Desde então, não tenho dormido nem me alimentado direito”, relatou à polícia.
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Resultados da Operação Lance Final
A ofensiva representou o fim de mais de um ano de investigação, com troca de informações entre diferentes estados e suporte de inteligência do Ciberlab. Até o momento, quatro pessoas foram presas, além da derrubada de sites fraudulentos que ainda estavam ativos.
De acordo com a delegada Luciane Bertoletti, o objetivo foi desarticular a rede criminosa e proteger a população contra golpes digitais que têm se multiplicado pela internet.
“Esses crimes exploram a confiança das pessoas e utilizam a tecnologia para enganar de forma cada vez mais sofisticada. Nossa missão é cortar o elo da fraude antes que mais famílias sejam prejudicadas”, destacou a delegada.
Crimes como esse atingem diversas pessoas, de forma difusa e trazem prejuízo significativos, destaca o diretor da delegacia regional de Canoas, que ainda acrescenta:
“Estamos lidando com uma organização criminosa bem estruturada, com atuação em diversos estados, que operava com um alto nível de profissionalismo. Trata-se de um esquema que expõe claramente a habilidade dos criminosos de utilizar a tecnologia para sofisticar suas fraudes e ampliar os prejuízos causados à sociedade.”
Reschke faz um apelo à população:
“Desconfiem de ofertas que parecem boas demais para ser verdade, verifiquem minuciosamente as credenciais de qualquer site ou empresa que realizem atividades de leilão, e procurem informações nos canais oficiais. Estamos empenhados em combater essa criminalidade de forma enérgica, mas a conscientização da sociedade é uma parte crucial para prevenir que novas vítimas sejam feitas.”
Auxilie a polícia civil denunciando:
DENÚNCIAS ANÔNIMAS
LINHA DIRETA (51) 3425 9056
www.pc.rs.gov.br
Instagram @dpregionalcanoas