O grupo Paquetá, tradicional empresa calçadista gaúcha, enfrenta uma grave crise financeira e está encerrando a produção em suas fábricas devido a dívidas trabalhistas. Segundo o Sindicato dos Sapateiros de Sapiranga e região, o passivo trabalhista com ex-funcionários chega a R$ 80 milhões.
Nos últimos anos, o grupo entregou suas fábricas no Nordeste, algumas vendidas e outras cedidas a outros investidores. Atualmente, apenas a unidade de Sapiranga, no Vale do Paranhana, mantém uma pequena linha de produção com poucos funcionários.
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O parque industrial de Sapiranga está à venda, e os recursos obtidos deverão ser utilizados para quitar dívidas trabalhistas.
A Paquetá, considerada uma gigante do setor calçadista, pediu recuperação judicial em 2019, quando acumulava dívidas de R$ 638,5 milhões. Na época, a empresa contava com 12 mil funcionários, 11 fábricas e 148 lojas (Paquetá, Paquetá Esportes e Gaston).
Empresa do RS encerra produção em fábricas e acumula dívidas trabalhistas. Apesar do aporte financeiro, as dívidas continuaram aumentando
Em 2023, o grupo vendeu todas as filiais do varejo para a Oscar Calçados, que manteve a marca e começou a abrir novas lojas. Com um aporte financeiro, a Paquetá conseguiu encerrar o processo de recuperação judicial, evitando a falência.
Dívidas trabalhistas ainda crescentes
Apesar do aporte financeiro, as dívidas trabalhistas continuaram aumentando, segundo o sindicato que representa os ex-funcionários. A situação evidencia a dificuldade de recuperação de uma empresa tradicional do setor calçadista brasileiro.
A Agência GBC tentou contato com a Paquetá, porém não conseguiu obter retorno. O espaço segue aberto para manifestações futuras.