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17 de setembro de 2025

Horário de verão pode voltar em 2025? Saiba o que diz o governo

Governo analisa impacto no consumo de energia e possível economia com termelétricas antes de decidir sobre o retorno do horário de verão

Com a chegada da primavera na próxima segunda-feira (23), cresce também a expectativa sobre o possível retorno do horário de verão no Brasil. A medida está suspensa desde 2019, mas voltou a ser considerada pelo governo federal, principalmente diante do cenário energético e climático do país.

As buscas no Google sobre o tema quadruplicaram na última semana, refletindo o interesse da população. A decisão, que deveria ser anunciada ainda em setembro, segue em avaliação.

O que diz o governo?

Segundo o Ministério de Minas e Energia, o horário de verão é um tema “permanentemente avaliado”, e uma decisão depende de análises técnicas, especialmente da disponibilidade de energia elétrica até fevereiro de 2026.

Apesar da estiagem que marcou o inverno, os reservatórios das hidrelétricas apresentam níveis dentro da normalidade, e o Sistema Interligado Nacional (SIN) está em situação melhor do que no mesmo período do ano passado.

Potencial de economia e alívio no sistema elétrico

Especialistas apontam que o retorno do horário de verão poderia aliviar o uso das termelétricas, que possuem custo mais elevado, principalmente durante o chamado horário de pico (por volta das 18h às 21h).

“Ao suavizar esse consumo no pico, é possível reduzir o custo geral da operação do sistema”, explica o economista Helder Queiroz, da UFRJ.

O Plano de Operação Energética de 2025, publicado em agosto, estima que a medida pode liberar até 2 gigawatts de potência no sistema — uma margem que pode prevenir apagões e dar mais flexibilidade à operação da rede elétrica.

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Mas há resistência e alternativas

Apesar dos benefícios operacionais, nem todos os especialistas veem o horário de verão como solução definitiva. Helder Queiroz sugere que o governo invista também em usinas geradoras de prontidão, contratadas via leilões, para atender ao aumento de demanda nos horários críticos.

Essa estratégia permitiria ter uma reserva energética durante os momentos de pico, sem depender exclusivamente da mudança no relógio.

Decisão cabe a Lula — e ainda não tem data

A decisão final sobre o retorno do horário de verão cabe ao presidente Lula, mas até agora não há prazo definido. Caso a medida seja adotada, ela deverá entrar em vigor entre outubro de 2025 e fevereiro de 2026, nos mesmos moldes anteriores — com adiantamento de 1 hora nos relógios durante os meses mais quentes.

A última edição do horário de verão aconteceu em 2018, durante o governo Michel Temer. Em 2019, o então presidente Jair Bolsonaro suspendeu a medida, alegando que ela havia perdido efetividade com a mudança nos padrões de consumo de energia da população.

E você, é a favor da volta do horário de verão?

Com os debates energéticos em alta e as mudanças climáticas no centro das discussões globais, o horário de verão volta a ser pauta nacional. Mas sua eficácia e impacto seguem dividindo opiniões entre especialistas e cidadãos.

Josué Garcia
Josué Garcia
Estudante de jornalismo e redator de SEO, Josué Garcia escreve sobre cotidiano.
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