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21 de setembro de 2025

Sintoma comum virou pesadelo: jovem de 14 anos descobre câncer raro e agressivo

Aos 14 anos, Liliana enfrentou sangramentos intensos que foram inicialmente atribuídos ao estresse

Durante a pandemia de Covid-19, Liliana Castaneda, uma adolescente de 14 anos de Chicago, acreditava estar vivenciando sua primeira menstruação. No início, ela ficou animada com a possibilidade, mas o sangramento logo fugiu do padrão. Era intenso, diário e preocupante. “Eu encharcava um absorvente em 15 minutos e ficava tonta ao me levantar”, relembra.

Na primeira consulta médica, o sangramento foi atribuído ao estresse provocado pelo isolamento e mudanças na rotina durante a pandemia. Mas Liliana não se conformou com o diagnóstico simplista e insistiu em uma nova avaliação. Um mês antes de completar 15 anos, veio o diagnóstico surpreendente: ela tinha carcinoma de células claras, um tipo raro de câncer vaginal geralmente identificado em mulheres com mais de 60 anos.

Caso raro mobilizou centro oncológico

Segundo o oncologista ginecológico Dario Roque, do Lurie Cancer Center da Northwestern Medicine, o caso é extremamente incomum. “Em 15 anos de prática, Lili é a paciente mais jovem que tratei com esse tipo de tumor”, afirmou.

Por não se tratar de um câncer pediátrico, hospitais infantis de Chicago recusaram o atendimento. Coube ao centro oncológico assumir o tratamento completo. Como Roque fala espanhol, conseguiu se comunicar diretamente com a mãe de Lili, que não fala inglês — um detalhe que ajudou muito durante o processo.

Câncer raro: tratamento foi intenso, mas eficaz

No momento do diagnóstico, o tumor já tinha o tamanho de uma bola de golfe e não poderia ser removido cirurgicamente. A equipe optou por um protocolo combinado de radioterapia externa e interna (braquiterapia), além de quimioterapia. O tratamento foi liderado pelo radio-oncologista Jonathan Strauss.

Apesar do risco de infertilidade causado pelos procedimentos, essa preocupação não se aplicava ao caso de Lili, que nasceu com síndrome de Turner — uma condição genética que causa infertilidade, mas não está relacionada ao câncer diagnosticado.

Remissão e planos para o futuro

Em março de 2021, Liliana foi declarada livre da doença. Hoje, aos 19 anos, ela está saudável e decidiu transformar sua experiência em missão de vida: pretende se tornar enfermeira para ajudar outras crianças a enfrentarem doenças graves. “Mal posso esperar para devolver a esperança que recebi”, disse.

A decisão emocionou os profissionais que a acompanharam. “Sabíamos que Lili faria grandes coisas, mas quando ela falou que queria estudar enfermagem, todos ficamos tocados”, comentou Strauss.

Josué Garcia
Josué Garcia
Estudante de jornalismo e redator de SEO, Josué Garcia escreve sobre cotidiano.
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