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22 de setembro de 2025

Trump anuncia possível ligação de Tylenol com autismo, diz jornal

Tylenol e Trump no centro de uma revelação polêmica: estaria um dos remédios mais usados no mundo ligado ao autismo?

Autoridades do governo do ex-presidente Donald Trump devem anunciar nesta segunda-feira (22) uma suposta ligação entre o princípio ativo do Tylenol (paracetamol) e o autismo. A informação foi divulgada pelo Washington Post, que citou fontes não identificadas próximas ao assunto.

Segundo o jornal, a orientação oficial será para que mulheres grávidas evitem o uso do Tylenol, exceto em casos de febre. O analgésico é um dos mais consumidos no mundo e vendido sem necessidade de prescrição médica.

Reação da fabricante do Tylenol

A Kenvue, responsável pela produção do Tylenol, afirmou no último domingo (21) que não existem evidências confiáveis que associem o uso do paracetamol ao autismo.

“Discordamos fortemente de qualquer sugestão em contrário e estamos profundamente preocupados com o risco que isso representa para gestantes”, disse a companhia em comunicado.

De acordo com a empresa, mais de uma década de pesquisas científicas, revisadas e validadas por especialistas e agências regulatórias internacionais, confirmam que não há ligação entre o paracetamol e o autismo.

Mesmo assim, as ações da Kenvue chegaram a cair 4,6% no pré-mercado desta segunda-feira. No acumulado do ano, os papéis recuam 14%.

Trump promete coletiva sobre o tema

O governo Trump também deve anunciar a promoção de outro medicamento, a leucovorina, como possível tratamento para o autismo. O fármaco é um genérico utilizado principalmente na oncologia para reduzir efeitos colaterais de outros remédios.

Durante um evento em memória do ativista conservador Charlie Kirk, Donald Trump declarou:

“Acreditamos que encontramos uma resposta para o autismo. Há claramente algo muito errado, achamos que sabemos o que é.”

O ex-presidente prometeu ainda realizar “uma das coletivas de imprensa mais importantes” de sua carreira para tratar da relação entre o Tylenol e o autismo.

Pesquisas anteriores não confirmam a ligação

Em dezembro de 2023, a juíza distrital Denise Cote, em Manhattan, rejeitou provas apresentadas em mais de 400 processos que acusavam o Tylenol de causar autismo em bebês expostos durante a gestação.

A magistrada concluiu que os autores das ações se basearam em ciência falha. Além disso, um estudo sueco publicado em 2024, que analisou registros de 2,5 milhões de irmãos nascidos entre 1995 e 2019, não encontrou aumento no risco de autismo entre crianças cujas mães tomaram paracetamol durante a gravidez.

A Agência GBC tenta contato com a Tylenol no Brasil, mas ainda não obteve retorno. O espaço segue aberto para futuras manifestações.

Guilherme Galhardo
Guilherme Galhardo
Estudante de jornalismo, apaixonado pela cultura POP, luta-livre, games, séries e filmes. Entusiasta de meteorologia e punk rocker nas horas vagas.
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