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01 de outubro de 2025

Primeira atriz criada por IA causa polêmica em Hollywood

Tilly Norwood, a primeira atriz criada por IA, estreia no Festival de Zurique e gera revolta em Hollywood. Saiba mais detalhes a seguir

Apresentada no Festival de Cinema de Zurique, a personagem digital Tilly Norwood vem chamando a atenção do mundo. Criada pelo estúdio Xicoia, comandado por Eline Van der Velden, ela é considerada a primeira atriz criada por IA, desenvolvida para atuar em cinema, séries, publicidade, redes sociais e até podcasts.

Com aparência, personalidade e narrativa próprias, Tilly já desperta o interesse de agências de talentos. O objetivo do estúdio é ousado: transformá-la em uma estrela de primeira grandeza, comparável a nomes como Scarlett Johansson e Natalie Portman.

Revolta em Hollywood após anúncio de primeira atriz criada por IA

(Foto: reprodução)

Apesar da inovação, a chegada da primeira atriz criada por IA gerou revolta entre atrizes e sindicatos em Hollywood. Melissa Barrera, Kiersey Clemons e Mara Wilson criticaram a iniciativa, enquanto a veterana Whoopi Goldberg chamou a criação de “vantagem injusta”.

A maior preocupação está no direito de imagem. Como Tilly foi gerada a partir da combinação de traços de centenas de mulheres reais, há questionamentos sobre créditos e royalties. Mara Wilson foi direta: “Por que não contrataram uma atriz de verdade no lugar de uma personagem digital?”.

Contexto: IA e a greve de 2023

A polêmica reacende o debate iniciado na greve de roteiristas e atores de 2023, quando a regulação do uso da inteligência artificial foi um dos pontos centrais. Embora acordos tenham sido feitos, ainda existem brechas que permitem a criação de personagens como Tilly, aumentando o temor de substituição da mão de obra artística.

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Criadora defende a inovação

Para Eline Van der Velden, Tilly deve ser vista como uma nova forma de expressão artística. Ela compara a primeira atriz criada por IA a recursos como animações, marionetes ou efeitos digitais. “Tilly é uma obra de arte. Ela abre caminhos sem tirar nada da performance humana”, afirmou.

Em nota, a criadora reforçou que a IA é apenas um “novo pincel” à disposição da criatividade, e defendeu que personagens digitais sejam julgadas como parte de um novo gênero artístico, em vez de comparadas diretamente a atores humanos.

Futuro do cinema?

O caso da primeira atriz criada por IA mostra como a inteligência artificial já está mexendo com as bases de Hollywood. Para uns, trata-se de inovação e experimentação; para outros, uma ameaça concreta à profissão de milhares de artistas.

O debate, porém, está apenas começando – e promete redefinir o futuro do entretenimento.

Guilherme Galhardo
Guilherme Galhardo
Estudante de jornalismo, apaixonado pela cultura POP, luta-livre, games, séries e filmes. Entusiasta de meteorologia e punk rocker nas horas vagas.
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