As recentes mortes por bebidas adulteradas em São Paulo levantaram uma dúvida que preocupa muitos brasileiros: afinal, a cerveja tem metanol? Embora os casos investigados até agora estejam ligados a destilados, como a cachaça e o uísque falsificados, a preocupação também recai sobre vinhos e cervejas, já que o metanol pode aparecer em pequenas quantidades nessas bebidas.
O metanol é um álcool altamente tóxico que, quando ingerido em grandes doses, pode causar cegueira e até a morte. De acordo com especialistas do Conselho Federal de Química, a substância pode surgir naturalmente durante a fermentação de frutas ricas em pectina, como uvas e maçãs. Esse processo também pode afetar vinhos e, em menor escala, a cerveja. Por isso, a pergunta “cerveja tem metanol?” é mais comum do que parece.
Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), a cerveja tem metanol em concentrações muito baixas, variando entre 6 e 27 mg por litro. Esse índice é considerado seguro para o consumo humano e está muito abaixo dos níveis tóxicos. Para se ter uma ideia, as doses perigosas para a saúde começam em torno de 8 gramas ingeridas, quantidade muito superior ao que se encontra em bebidas fermentadas de fabricação regular.
A grande ameaça, segundo especialistas, está na adulteração criminosa de bebidas. O metanol pode ser adicionado de forma proposital para aumentar o teor alcoólico de produtos falsificados ou de baixa qualidade. Nesse caso, não apenas vinhos e destilados podem ser contaminados, mas também a cerveja. O problema é que o metanol não tem cheiro nem sabor facilmente identificáveis, o que torna a detecção caseira praticamente impossível.
Cerveja tem metanol? Atenção é crucial
Para evitar riscos, a recomendação é clara: desconfie de bebidas vendidas a preços muito abaixo do mercado, sem selo fiscal ou de origem duvidosa. Produtos adquiridos em estabelecimentos informais representam maior risco de contaminação. Comprar apenas cervejas de marcas reconhecidas e de locais confiáveis continua sendo a forma mais segura de consumo.
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Os efeitos do metanol no organismo são devastadores. Uma vez ingerido, o corpo o transforma em compostos como formaldeído e ácido fórmico, responsáveis pelos danos mais graves. Esses elementos atacam principalmente o sistema nervoso central e o nervo óptico, podendo causar inflamações, degenerações e, em muitos casos, perda irreversível da visão. Em situações de maior exposição, o risco de morte também é elevado.