Uma investigação da 3ª Delegacia de Polícia de Canoas resultou na Operação Invasor deflagrada nesta quinta-feira (2) que desarticulou uma fraude milionária. O crime envolve a retirada indevida de restrição judicial sobre veículo apreendido em processo criminal.
Conforme a Polícia Civil, o caso começou a ser investigado após a constatação de que a restrição judicial de um carro, bloqueado por decisão em ação criminal, havia sido retirada de forma irregular.
A restrição foi retirada utilizando as credenciais de uma juíza federal. Os investigadores descobriram que um criminoso teria usado os ados da magistrada para operar a fraude.
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Investigação revelou uma cadeia criminosa
De acordo com a polícia, os investigadores apuraram que o beneficiário direto da fraude foi um vendedor de carros. Ele comprou o veículo da antiga proprietária já com a restrição judicial.
Os policiais apuraram que o homem teria pago R$ 13 mil a um advogado criminalista para tirar a restrição. Além disso, ele entregou a senha GOV.BR da própria esposa a um vendedor de uma revenda de veículos em Dois Irmãos para viabilizar a transferência após a remoção ilegal da restrição.
A investigação, segundo a polícia, também apurou que a proprietária vendeu o veículo informando sobre a restrição judicial. Ela chegou a demonstrar surpresa ao descobrir que o bloqueio havia sido excluído e revelou que o comprador pediu ajuda financeira para cobrir os custos da fraude.
Por fim, o veículo sem restrições foi colocado à venda. Um morador de Caxias do Sul que, conforme a polícia, não tem envolvimento no esquema criminoso, comprou o carro por quase R$ 78 mil através de um financiamento.
Saiba mais detalhes sobre a Operação Invasor
Policiais cumprem seis mandados de busca e apreensão e cinco de prisão preventiva em Canoas, Sapiranga, Portão, Dois Irmãos e Rolante.
Nesta quinta-feira (2), policiais prenderam cinco envolvidos na prática criminosa. Eles devem responder por fraude processual, estelionato, organização criminosa e invasão de dispositivo. Um dos alvos já estava cumprindo pena na Penitenciária Estadual de Canoas (PECAN).
“É um exemplo claro de como a criminalidade se moderniza e tenta explorar brechas tecnológicas para obter lucro ilícito”, destaca a delegada Luciane Bertoletti, titular da 3ª Delegacia de Polícia de Canoas.
“O nível de ousadia dos criminosos envolvidos neste caso é alarmante. Estamos falando de uma rede fraudulenta que oferecia, muitas vezes no ambiente virtual, um serviço de retirada de restrições judiciais e multas, iludindo pessoas e alimentando um ciclo perigoso de ilícitos. Crimes como este, que utilizam tecnologia para violar o sistema judiciário, estão frequentemente ligados a outras práticas criminosas e a organizações maiores, ampliando seu impacto na sociedade. A Polícia Civil está atenta e atuará com rigor para coibir essas ações, demonstrando que não há espaço para a impunidade. Este é um crime que não apenas prejudica consumidores, mas abala a confiança em instituições e nos sistemas digitais que todos utilizamos”, afirma o delegado Cristiano Rechske, diretor da 2ª Delegacia de Polícia Regional Metropolitana (2ª DPRM).