20.7 C
Canoas
08 de outubro de 2025

Facção que lucrou R$ 49 milhões com agiotagem é alvo de operação

Foram apreendidos veículos de alto valor, celulares, dinheiro e documentos

O Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (GAECO/MPRS) deflagrou, nesta quarta-feira (8), uma facção criminosa que movimentou mais de R$ 49 milhões com lavagem de dinheiro e agiotagem no Rio Grande do Sul (RS).

A segunda fase da Operação El Patron, com ações simultâneas em Pelotas, Charqueadas e Porto Alegre. A ofensiva teve como alvo o núcleo financeiro de uma organização criminosa que movimentou mais de R$ 49 milhões entre maio de 2022 e agosto de 2024 por meio de laranjas e empresas de fachada.

LEIA MAIS:

Foram cumpridos seis mandados de prisão preventiva e 11 de busca e apreensão, determinados pela Justiça do Rio Grande do Sul. A operação mirou suspeitos de lavagem de dinheiro, agiotagem e rifas ilegais, atividades que eram controladas por um aplicativo desenvolvido especialmente para gerenciar os lucros ilícitos.

Segundo o Ministério Público do RS (MPRS), 13 pessoas são investigadas, e a denúncia contra elas foi aceita recentemente pela Justiça. Durante a ação, foram apreendidos veículos de alto valor, celulares, dinheiro em espécie e documentos que indicam incompatibilidade entre o patrimônio e a renda declarada dos suspeitos.

As ordens judiciais foram distribuídas entre as três cidades:

Pelotas: cinco mandados de busca e dois de prisão;

Charqueadas: cinco de busca e três de prisão;

Porto Alegre: um de busca e um de prisão.

A Brigada Militar e a Polícia Penal apoiaram o cumprimento das ordens, que ocorreram em residências, salas comerciais e presídios. O promotor André Dal Molin, coordenador do GAECO no Estado, acompanhou a operação.

A primeira fase da Operação El Patron teve origem na análise de celulares apreendidos durante a Operação Caixa Forte II, que combatia o tráfico de drogas ligado a facções criminosas. A investigação revelou um sofisticado esquema de lavagem de capitais, com reinvestimento dos lucros do tráfico em empréstimos ilegais, rifas e apostas.

O grupo utilizava até um aplicativo de origem mexicana para simular empresas de crédito formais, mas com juros abusivos de até 280%, e métodos de cobrança típicos do crime organizado.

Matheus Ferreira
Matheus Ferreira
Estudante de jornalismo, o pelotense Matheus Ferreira escreve notícias sobre economia, segurança, cotidiano e saúde.
MATÉRIAS RELACIONADAS

MAIS LIDAS