O Nobel da Paz 2025 foi anunciado nesta sexta-feira (10) e teve como vencedora a oposicionista venezuelana Maria Corina Machado, uma das principais vozes contra o governo de Nicolás Maduro. A decisão frustrou o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que vinha fazendo campanha ativa para ser o escolhido deste ano.
Desde o início de 2025, Trump defendia publicamente que uma vitória seria “justa” e que qualquer outro resultado seria um “insulto”. No entanto, o Comitê Norueguês do Nobel não se deixou influenciar pela pressão política.
Resposta direta do Comitê a Trump
Questionado sobre o lobby do presidente americano, o presidente do Comitê, Jørgen Watne Frydnes, foi enfático:
“Na longa história do Prêmio Nobel da Paz já vimos campanhas, cartas e muito mais. Este comitê se reúne em uma sala cheia de retratos de pessoas que representam coragem e integridade. Baseamos nossa decisão apenas no trabalho e na vontade de Alfred Nobel.”
A declaração foi interpretada como uma resposta direta a Trump, deixando claro que o comitê rejeita qualquer tipo de pressão ou autopromoção como critério para o prêmio.
Democracia e direitos humanos pesaram na escolha
Segundo Frydnes, o mundo vive um momento de declínio democrático e ascensão de regimes autoritários. Por isso, era essencial reconhecer defensores da liberdade e dos direitos humanos, como Maria Corina Machado.
“Quando autoritários tomam o poder, é crucial reconhecer os corajosos defensores da liberdade que se levantam e resistem. A democracia depende de pessoas que se recusam a ficar em silêncio”, destacou o presidente do Comitê.
Polêmicas e obstáculos para Trump
Especialistas apontam que, apesar dos esforços de Trump em negociar cessar-fogos, suas políticas internas (especialmente contra imigrantes) pesaram contra. As medidas vistas como violações de direitos humanos tornaram improvável uma vitória, mesmo após sua atuação nas negociações de paz em Gaza.
O comitê, segundo fontes internacionais, tomou a decisão final no dia 6 de outubro, antes mesmo da confirmação do cessar-fogo no Oriente Médio.
Reação da Casa Branca
Após o anúncio, o porta-voz da Casa Branca, Steven Cheung, publicou uma mensagem defendendo Trump:
“Ele seguirá fazendo acordos de paz, encerrando guerras e salvando vidas. Tem o coração de um humanitário, e nunca haverá ninguém como ele. O Comitê Nobel mostrou que coloca a política acima da paz.”
Maria Corina Machado e o Nobel da Paz 2025
Maria Corina Machado foi premiada por seu trabalho em prol da democracia e da liberdade na Venezuela, mesmo sob perseguição e ameaças. O Comitê ressaltou que ela “personifica a esperança de um futuro diferente” e que sua coragem inspirou milhões.
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Atualmente vivendo escondida, a líder venezuelana é símbolo de resistência e luta contra regimes autoritários. O prêmio de 11 milhões de coroas suecas (cerca de R$ 6,2 milhões) será integralmente destinado à vencedora.
