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Canoas
15 de outubro de 2025

Canoas: no Dia do Professor conheça a história de quem trocou o Direito pela paixão de ensinar

No Dia do Professor, celebramos mais do que uma profissão, celebramos vocações que transformam vidas. E poucas histórias ilustram isso tão bem quanto a da professora Pollyanna Calheiros, 38 anos, moradora do bairro Nossa Senhora das Graças, em Canoas. Ela é professora de Português, Literatura e Redação no Colégio Ulbra Cristo Redentor, onde leciona do 6º ano ao Ensino Médio.

Da pressão familiar ao chamado da palavra

Pollyanna começou sua vida acadêmica no curso de Direito, motivada pela expectativa de estabilidade e reconhecimento. “Eu queria dar orgulho para o meu pai. Ele sonhava em dizer que a filha era advogada”, conta. Mas, mesmo com o Vadimecum debaixo do braço, ela sentia que algo não encaixava. “Não era o que eu queria para mim.”

Foi então que decidiu seguir sua afinidade natural com as palavras. Apaixonada por leitura e escrita, ingressou no curso de Letras. “Se alguém me dissesse que eu seria paga para ler livros, eu já estaria feliz”, brinca.

Pollyanna em sala de aula (Foto: Guilherme Galhardo /Agência GBC)

O primeiro dia que quase foi o último

A virada de chave veio no estágio. Pollyanna foi colocada diante de uma turma de quinta série indisciplinada, barulhenta e agressiva. “No primeiro dia, eu não consegui nem dizer meu nome. Saí chorando, achando que não era capaz.” Mas, com o apoio da mãe e uma sacola de balas compradas na lojinha de R$ 1,99, ela voltou. Criou uma dinâmica simples: quem tentasse responder às perguntas ganhava uma bala. Aos poucos, conquistou a turma.

“No último dia, saí chorando de novo. Mas dessa vez porque eles me imploraram para ficar. Ali eu entendi: eu sou boa nisso. Eu consigo fazer a diferença.”

Ensinar hoje: mais do que conteúdo, é acolhimento

Com 16 anos de sala de aula, Pollyanna viu a educação se transformar. “Antes, uma única didática servia para a turma toda. Hoje, cada aluno exige um olhar específico.” Ela fala com propriedade sobre a necessidade de adaptar provas, planejar aulas com múltiplas abordagens e equilibrar tecnologia com empatia. Porque o objetivo não é eu fazer o meu trabalho. “O meu objetivo é que o meu aluno entenda, que meu aluno se insira naquele conteúdo e que ele aprenda”, frisa a professora.

O legado de uma professora apaixonada

Hoje, Pollyanna se orgulha de ter deixado o Direito para seguir sua paixão. “Hoje meu pai tem um tremendo orgulho de mim como professora. E eu tenho certeza de que estou no lugar certo.” Ela se emociona ao lembrar dos alunos que atravessam a rua para lhe dar um abraço, ou que a mencionam ao ler um livro ou assistir a uma série.

Josué Garcia
Josué Garcia
Estudante de jornalismo e redator de SEO, Josué Garcia escreve sobre cotidiano.
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