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18 de outubro de 2025

“Vulva de Ozempic”: o efeito colateral que preocupa mulheres após emagrecimento

“Vulva de Ozempic” chama atenção nas redes sociais por alterações íntimas causadas pela perda de peso rápida. Veja o que dizem especialistas.

O termo “vulva de Ozempic” pode parecer uma piada, mas tem chamado atenção de médicos e mulheres nas redes sociais. Depois do “rosto de Ozempic”, “cabeça de Ozempic” e do “braço de Ozempic”, agora é a região íntima que entra na lista das partes do corpo afetadas pela perda de gordura acelerada causada por medicamentos como a semaglutida, usada em remédios como o Ozempic e o Wegovy.

Nas plataformas digitais, o termo descreve mudanças visíveis na aparência da vulva (como flacidez, perda de volume e irritação) relatadas por mulheres que emagreceram muito em pouco tempo com o uso das canetas emagrecedoras. Embora o fenômeno ainda não seja reconhecido oficialmente pela medicina, ele acendeu um alerta sobre os impactos físicos e psicológicos do emagrecimento rápido.

De acordo com ginecologistas, a “vulva de Ozempic” é resultado direto da perda brusca de gordura corporal. A pele da região íntima perde sustentação e colágeno, tornando-se mais flácida e menos elástica. “A perda de peso abrupta pode causar flacidez nos lábios externos e enfraquecimento dos músculos vaginais”, explica a ginecologista Lorena Porto, coordenadora do ambulatório da mulher da UFBA ao Uol.

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A médica ressalta que, apesar de não oferecer risco direto à saúde, a condição pode afetar o bem-estar e a autoestima. Algumas mulheres relatam desconforto com roupas justas, atrito durante atividades físicas e até diminuição da lubrificação natural.

O que fazer para minimizar os efeitos da “Vulva de Ozempic”

Especialistas orientam que o tratamento deve ser individualizado. Entre as opções estão:

  • Uso de hidratantes íntimos, lubrificantes e estrogênio tópico;
  • Laser e radiofrequência, que ajudam a estimular colágeno;
  • Fisioterapia pélvica, para fortalecer a musculatura da região;
  • E, em alguns casos, preenchimento dos grandes lábios para restaurar o volume perdido.

A fisioterapeuta Laura Barrios alerta que o emagrecimento sem fortalecimento do assoalho pélvico pode causar incontinência urinária ou prolapso. “O ideal é emagrecer de forma gradual, com acompanhamento médico, nutricional e físico, para que o corpo se adapte sem perda drástica de sustentação”, diz.

Autoestima e bem-estar em foco

Mais do que estética, o impacto emocional da “vulva de Ozempic” é significativo. A perda de gordura repentina pode alterar a percepção corporal e afetar a sexualidade. “A mulher pode se sentir envergonhada com a aparência da vulva, o que interfere no prazer e na autoestima”, reforça Porto.

Apesar disso, os especialistas lembram que o clitóris e sua função de prazer não sofrem interferência direta. Com acompanhamento adequado e emagrecimento equilibrado, os efeitos tendem a ser minimizados.

Guilherme Galhardo
Guilherme Galhardo
Estudante de jornalismo, apaixonado pela cultura POP, luta-livre, games, séries e filmes. Entusiasta de meteorologia e punk rocker nas horas vagas.
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