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21 de outubro de 2025

Famosa empresa aérea é condenada após “prender” passageiro com deficiência em aeroporto

Empresa aérea é condenada a pagar indenização após manter passageiro com deficiência preso 48h em aeroporto. Veja decisão e detalhes do caso.

A empresa aérea Azul foi condenada pela Justiça após manter um passageiro com deficiência retido por 48 horas em um aeroporto. A 1ª Câmara de Direito Privado do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJ-MT) manteve a decisão que obriga a companhia a pagar indenização de R$ 15 mil ao cliente, que era menor de idade na época do caso.

Segundo o processo, o passageiro chegou ao destino com dois dias de atraso devido a uma suposta “manutenção não programada” na aeronave. A empresa aérea condenada tentou afastar a responsabilidade alegando que se tratava de uma situação imprevisível, mas o colegiado considerou que problemas técnicos fazem parte da atividade aérea e, portanto, não excluem o dever de indenizar.

De acordo com a decisão, o jovem ficou retido por dois dias no Aeroporto de Cuiabá, sem receber assistência adequada. O Tribunal destacou que não houve comprovação de que a companhia aérea forneceu hospedagem, alimentação ou suporte necessário, como determina a Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC).

Famosa empresa aérea é condenada após “prender” passageiro com deficiência em aeroporto: código de defesa do consumidor

O relator do caso, desembargador Sebastião Barbosa Farias, afirmou que a relação entre passageiro e companhia é regida pelo Código de Defesa do Consumidor (CDC), e não pelo Código Brasileiro de Aeronáutica, como defendido pela Azul. Ele reforçou que, conforme entendimento do Superior Tribunal de Justiça (STJ), atrasos superiores a quatro horas geram dano moral presumido.

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Além disso, a decisão destacou o chamado desvio produtivo do consumidor, reconhecendo que o passageiro teve prejuízo ao perder dois dias de aula em razão da espera. O valor da indenização foi fixado em R$ 13 mil por danos morais e R$ 2 mil pelo tempo útil perdido, totalizando R$ 15 mil.

O caso serve de alerta para passageiros que enfrentarem atrasos excessivos, falta de informação e descumprimento de assistência prevista em lei por companhias aéreas.

Guilherme Galhardo
Guilherme Galhardo
Estudante de jornalismo, apaixonado pela cultura POP, luta-livre, games, séries e filmes. Entusiasta de meteorologia e punk rocker nas horas vagas.
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