O Brasil voltou a acender o alerta contra o sarampo em 2025. Depois de reconquistar, em novembro de 2024, o certificado de país livre da circulação do vírus, o surgimento de novos casos importados preocupa autoridades de saúde e especialistas. A combinação entre queda na cobertura vacinal e alta mobilidade populacional cria o cenário ideal para o retorno da doença, segundo o infectologista e professor da Ulbra, Cezar Würdig Riche.
“Se deixarmos a vigilância afrouxar e permitirmos lacunas grandes de vacinação, o sarampo pode reaparecer de forma mais frequente. Precisamos fortalecer a vigilância epidemiológica, garantir respostas rápidas e manter ações de educação contínuas”, afirma o médico.
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Risco de reintrodução da doença no país
O sarampo é altamente contagioso e pode se espalhar rapidamente em regiões onde há bolsões de pessoas não vacinadas. De acordo com o especialista, basta uma pequena queda na cobertura vacinal para que o vírus volte a circular. “Se houver grupos de não imunizados, o risco de surtos é real”, explica Riche.
Casos recentes confirmados no Rio Grande do Sul, Tocantins, Maranhão e Mato Grosso reforçam o alerta. Em um dos episódios, uma pessoa não vacinada que retornou de viagem aos Estados Unidos foi diagnosticada com a doença — o que mostra que a certificação de país livre não significa imunidade total.
Vacinação é a principal barreira
Manter o calendário vacinal atualizado é a medida mais eficaz para evitar o retorno do sarampo. O infectologista destaca a importância da imunidade coletiva, que protege inclusive quem não pode receber a vacina. “A prioridade é a vacinação. Além disso, ações de bloqueio — que vacinam rapidamente contatos de casos suspeitos — são essenciais para conter o avanço do vírus”, explica.
A vacina tríplice viral (que protege contra sarampo, caxumba e rubéola) está disponível gratuitamente nas unidades de saúde do país.
Adultos também devem se proteger
O sarampo não é uma doença apenas infantil. Em adultos, pode causar pneumonia, encefalite e até levar à morte. “Muitos adultos não têm o esquema vacinal completo. Quem não recebeu as duas doses deve procurar uma unidade de saúde”, alerta Riche.
Para pais que ainda hesitam em vacinar os filhos, o médico reforça: “As vacinas são seguras e representam um dos maiores avanços da Medicina. O risco real está em deixar de vacinar.”
Quem deve se vacinar
- 👶 Crianças: conforme o calendário do Programa Nacional de Imunizações (PNI);
- 🧑 Pessoas até 29 anos: devem ter duas doses da vacina;
- 👨🦳 Adultos de 30 a 59 anos: precisam ter ao menos uma dose;
- 👩⚕️ Profissionais de saúde: devem ter registro de duas doses;
- 🧳 Viajantes: especialmente quem se desloca para regiões com surto ativo.