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22 de outubro de 2025

Sarampo volta a preocupar: queda na vacinação e casos importados acendem alerta

Mesmo com o país certificado como livre do vírus em 2024, especialistas alertam para risco de reintrodução da doença e novos surtos

O Brasil voltou a acender o alerta contra o sarampo em 2025. Depois de reconquistar, em novembro de 2024, o certificado de país livre da circulação do vírus, o surgimento de novos casos importados preocupa autoridades de saúde e especialistas. A combinação entre queda na cobertura vacinal e alta mobilidade populacional cria o cenário ideal para o retorno da doença, segundo o infectologista e professor da Ulbra, Cezar Würdig Riche.

“Se deixarmos a vigilância afrouxar e permitirmos lacunas grandes de vacinação, o sarampo pode reaparecer de forma mais frequente. Precisamos fortalecer a vigilância epidemiológica, garantir respostas rápidas e manter ações de educação contínuas”, afirma o médico.

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Risco de reintrodução da doença no país

O sarampo é altamente contagioso e pode se espalhar rapidamente em regiões onde há bolsões de pessoas não vacinadas. De acordo com o especialista, basta uma pequena queda na cobertura vacinal para que o vírus volte a circular. “Se houver grupos de não imunizados, o risco de surtos é real”, explica Riche.

Casos recentes confirmados no Rio Grande do Sul, Tocantins, Maranhão e Mato Grosso reforçam o alerta. Em um dos episódios, uma pessoa não vacinada que retornou de viagem aos Estados Unidos foi diagnosticada com a doença — o que mostra que a certificação de país livre não significa imunidade total.

Vacinação é a principal barreira

Manter o calendário vacinal atualizado é a medida mais eficaz para evitar o retorno do sarampo. O infectologista destaca a importância da imunidade coletiva, que protege inclusive quem não pode receber a vacina. “A prioridade é a vacinação. Além disso, ações de bloqueio — que vacinam rapidamente contatos de casos suspeitos — são essenciais para conter o avanço do vírus”, explica.

A vacina tríplice viral (que protege contra sarampo, caxumba e rubéola) está disponível gratuitamente nas unidades de saúde do país.

Adultos também devem se proteger

O sarampo não é uma doença apenas infantil. Em adultos, pode causar pneumonia, encefalite e até levar à morte. “Muitos adultos não têm o esquema vacinal completo. Quem não recebeu as duas doses deve procurar uma unidade de saúde”, alerta Riche.

Para pais que ainda hesitam em vacinar os filhos, o médico reforça: “As vacinas são seguras e representam um dos maiores avanços da Medicina. O risco real está em deixar de vacinar.”

Quem deve se vacinar

  • 👶 Crianças: conforme o calendário do Programa Nacional de Imunizações (PNI);
  • 🧑 Pessoas até 29 anos: devem ter duas doses da vacina;
  • 👨‍🦳 Adultos de 30 a 59 anos: precisam ter ao menos uma dose;
  • 👩‍⚕️ Profissionais de saúde: devem ter registro de duas doses;
  • 🧳 Viajantes: especialmente quem se desloca para regiões com surto ativo.
Josué Garcia
Josué Garcia
Estudante de jornalismo e redator de SEO, Josué Garcia escreve sobre cotidiano.
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