A ex-secretária do Bem-Estar Animal de Canoas, Paula Lopes, foi indiciada pela Polícia Civil pelos crimes de maus-tratos a animais, falsidade ideológica e associação criminosa. Ela foi investigada por oito meses sob suspeita de usar a estrutura do município para realizar eutanásias de forma irregular e em excesso, além de ser investigada também por estelionato. Paula foi o principal alvo da Operação Carrasco, deflagrada pela Polícia Civil no dia 4 de setembro, que cumpriu mandados de busca e apreensão relacionados ao caso.
Segundo as investigações, Paula teria ordenado eutanásias em massa de cães e gatos dentro da secretaria no período em que comandou a pasta, entre janeiro e agosto deste ano.
Ex-secretária de Canoas é indiciada por eutanásia em massa de cães e gatos: polícia aponta mortes sem justificativa
De acordo com a delegada Luciane Bertoletti, titular da 3ª Delegacia de Polícia de Canoas, a investigação concluiu que muitos dos animais sacrificados estavam saudáveis ou tinham condições de tratamento. Em oito meses, quase 500 cães e gatos foram mortos dentro da própria secretaria municipal.
A prática de eutanásia só é aceita no meio veterinário em casos extremos, quando não existe chance de tratamento ou quando o animal sofre de forma irreversível. Entretanto, os números elevados e a falta de critérios técnicos levantaram suspeitas de crime de maus-tratos.
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Suposta motivação: reduzir custos e “mostrar resultados”
O inquérito policial aponta que Paula teria usado as eutanásias como estratégia para reduzir custos com tratamentos veterinários e liberar espaço no canil municipal. O objetivo, segundo a investigação, seria apresentar produtividade e melhorar a imagem da gestão.
Mais de 30 testemunhas foram ouvidas nos últimos dois meses, entre servidores municipais, protetores de animais e pessoas que deixaram animais sob responsabilidade da secretaria.
Eutanásias teriam sido ocultadas
Além do número elevado de mortes, a polícia descobriu que a quantidade oficial de eutanásias foi maquiada em relatórios internos. Um caderno entregue por uma ex-funcionária revelou que, entre janeiro e julho, 478 animais foram sacrificados. Já os dados oficiais enviados ao sistema da Prefeitura de Canoas registravam 450 mortes no período.
Por omitir informações e manipular números, a ex-secretária de Canoas também responderá por falsidade ideológica.
Outros indiciados no caso
Além de Paula Lopes, outras duas pessoas também foram indiciadas:
- Uma veterinária da secretaria, suspeita de autorizar os procedimentos irregulares
- Crimes: maus-tratos, falsidade ideológica e associação criminosa
- O companheiro de Paula, apontado como braço direito na execução do esquema
- Crime: associação criminosa
Uma quarta investigada, dona de um sítio usado como abrigo pela ex-secretária, foi isenta de envolvimento pela polícia.
O que diz a defesa da ex-secretária do companheiro dela
Então, mais uma vez a defesa foi pega de surpresa, sem ter sido notificada ou acesso integral aos autos! O conhecimento acerca dos fatos para esse defensor é sempre através da imprensa!
Gilson R. R. de Araújo
OAB/RS 138018
O que diz a defesa da outra investigada
Ainda não tivemos acesso à íntegra do Inquérito Policial.
Diante disso, qualquer manifestação sobre o possível indiciamento de minha cliente seria prematuro.
Após nos ser franqueado o acesso à íntegra do referido inquérito, poderemos nos manifestar.
Neste momento apenas nos cabe dizer que a atuação profissional da minha cliente sempre foi pautada pelo conhecimento técnico e ético, no que confiamos, e que restará demonstrado judicialmente, caso o Ministério Público entenda existir substrato para o oferecerecimento de denúncia contra ela, o que não acreditamos.
Carlos Ferrari

