Canoas conquistou um lugar de destaque no ranking do Índice dos Desafios da Gestão Municipal (IDGM) 2024, figurando como a 70ª melhor cidade para se viver entre os 100 maiores municípios do Brasil.
O levantamento, que analisa dados de 2022 e 2023, mede o desempenho das cidades em quatro grandes áreas como: educação, saúde, segurança e saneamento e sustentabilidade, mostra que o município ganhou cinco posições na última década, sinalizando avanços em algumas frentes, mas também desafios que persistem.
Aumento na cobertura da atenção básica
A saúde foi o setor de melhor desempenho de Canoas, alcançando a 45ª posição nacional no ranking de 2024. Os indicadores mostram avanços importantes: a cobertura da atenção básica passou de 47,8% em 2010 para 91,2% em 2023, elevando o município ao 26º lugar entre as 100 maiores cidades.
O número de nascidos vivos com pré-natal adequado também subiu, de 62,4% para 76,4% em 2022, ocupando a 49ª posição.
Apesar disso, a mortalidade infantil teve piora, indo de 8,3 para 10,9 por mil nascidos vivos, fazendo Canoas cair do 3º para o 35º lugar. Já a mortalidade prematura por doenças crônicas não transmissíveis caiu levemente, mas ainda é considerada alta.
Educação mostra avanço no acesso, mas ainda carece de qualidade
Na educação, Canoas aparece na 75ª posição, com melhora de 11 posições na década. O destaque está no aumento da taxa de matrículas em creches, que passou de 11,4% em 2010 para 29,4% em 2023, e no crescimento da matrícula na pré-escola, que subiu de 32,5% para 81,6% em 2023.
Contudo, o desempenho escolar ainda é um ponto de atenção. O IDEB do Ensino Fundamental I caiu de 4,8 (60ª posição em 2011) para 5,4 (73ª posição em 2023). Já o Ensino Fundamental II apresentou melhora: de 3,6 (68ª posição em 2011) para 4,7 (64ª posição em 2023).
Ou seja, houve avanços no acesso à educação, mas a qualidade do ensino ainda precisa ser fortalecida.
LEIA MAIS:
- Vereadores de Canoas solicitam Audiência Pública após reclamações de cobranças excessivas da Corsan
- Prefeito de Canoas é o único prefeito gaúcho a assinar Declaração de Dubai sobre o Futuro da Governança Urbana
Queda nos homicídios, mas aumento nas mortes no trânsito
Na área da segurança, Canoas ocupa a 64ª posição no ranking de 2024. Os dados indicam queda na taxa de homicídios, que passou de 38,3 para 26,5 por 100 mil habitantes entre 2010 e 2022, um resultado positivo.
Por outro lado, o número de óbitos no trânsito cresceu no período, levando a cidade a cair do 18º para o 39º lugar. O cenário reforça a necessidade de políticas de trânsito mais eficazes e de mobilidade urbana segura.
Saneamento e Sustentabilidade: água e lixo universais, mas esgoto ainda é gargalo
Canoas figura na 73ª posição em saneamento e sustentabilidade, com dados até 2022. A cidade tem 100% de atendimento de água e coleta de lixo, figurando no 1º lugar nacional nesses quesitos — um marco positivo.
Porém, ainda há desafios no tratamento de esgoto, que, embora tenha aumentado de 13,3% para 40,3% do volume de água consumida em 2022, mantém o município apenas na 67ª posição. Outro ponto crítico é o índice de perdas na distribuição de água, praticamente estagnado em 53,6% — uma das piores marcas entre as grandes cidades brasileiras.
Ranking das melhores cidades do Brasil: Canoas melhora em duas áreas e perde em outras duas
Entre 2010 e 2023, Canoas melhorou sua colocação em educação e saneamento e sustentabilidade, mas perdeu posições em saúde e segurança. Essa combinação mostra um município que avança de forma equilibrada, mas que ainda enfrenta desafios estruturais significativos.
Os principais desafios críticos apontados pelo IDGM são:
- Mortalidade infantil e prematura (Saúde);
- Perdas de água e baixo tratamento de esgoto (Saneamento);
- Violência urbana e trânsito (Segurança).
O estudo e o contexto nacional
O estudo Desafios da Gestão Municipal (DGM) 2024, elaborado a partir dos dados mais recentes de 2022 e 2023, analisa a evolução das 100 maiores cidades brasileiras, que juntas representam quase metade do PIB nacional.
O levantamento utiliza o IDGM, um indicador composto por 15 variáveis nas áreas de educação, saúde, segurança e saneamento/sustentabilidade.
Esses 100 municípios concentram 38,6% da população do país (78,3 milhões de habitantes em 2022), 44,2% do PIB nacional (R$ 4 trilhões em 2021) e 52,3% dos empregos formais (27,6 milhões em 2022). O PIB per capita médio dessas cidades é 12,5% superior à média brasileira, chegando a R$ 47,5 mil em 2021.
Ranking melhores cidades do Brasil: veja a posição de outras cidades do Brasil
Entre os maiores avanços no ranking geral do IDGM 2024, destacam-se São José dos Pinhais (PR), que subiu 42 posições; Cascavel (PR), com alta de 37 colocações; e Vitória da Conquista (BA), com ganho de 26 posições.
Já as maiores quedas foram registradas em Carapicuíba (SP), com perda de 37 posições; Uberaba (MG), que caiu 23; e Bauru (SP), que desceu 20 colocações.
Entre as capitais, Florianópolis (SC), conhecida por sua alta qualidade de vida, teve queda de 14 posições em 2024. Em contrapartida, o Rio de Janeiro (RJ) apresentou o maior ganho, subindo 12 posições em relação ao estudo anterior, de 2021.
Resumo – IDGM 2024:
70ª posição geral (2024)
Melhor em Saúde – 45ª posição (2022/2023)
Pior em Educação – 75ª posição (2023)
64ª em Segurança (2022)
73ª em Saneamento e Sustentabilidade (2022)
+5 posições na década
