O publicitário Ricardo Jardim foi indiciado pela Polícia Civil do Rio Grande do Sul pelos crimes de feminicídio, ocultação de cadáver e falsificação de documentos.
Ele é o principal suspeito de matar, esquartejar e esconder partes do corpo de sua namorada, Brasília Costa, de 65 anos, em Porto Alegre.
De acordo com o delegado Mário Souza, diretor do Departamento de Homicídios, a pena pode chegar a quase 100 anos de prisão caso Jardim seja condenado por todos os crimes.
As conclusões do inquérito policial foram apresentadas nesta sexta-feira (31). Ricardo Jardim está preso preventivamente desde setembro, após a polícia reunir provas e imagens que o ligam diretamente ao crime.
A investigação aponta que o primeiro descarte das partes do corpo da vítima ocorreu em 13 de agosto, em uma área isolada e sem câmeras de segurança, na Zona Leste de Porto Alegre.
Já o segundo descarte foi registrado em 20 de agosto, na rodoviária da capital, local com grande movimentação e monitoramento por câmeras. As pernas da vítima foram localizadas em dois pontos diferentes da Zona Sul.
Crime da mala: homem que matou e esquartejou namorada pode ficar até 100 anos preso em Porto Alegre. Jardim também admitiu ter pago R$ 2 mil
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Ricardo Jardim foi identificado a partir de imagens de câmeras de segurança. Em uma das gravações, ele aparece abaixando a máscara, revelando o rosto. O mesmo indivíduo é visto nas imagens captadas na rodoviária, o que confirmou sua presença em ambos os locais de descarte.
O Ministério Público (MP) irá agora analisar o inquérito para decidir se apresenta ou não denúncia formal contra o publicitário. Caso o MP denuncie e o Judiciário aceite, o suspeito passará a responder a processo criminal.
Veja todos os crimes pelos quais Jardim foi indiciado:
Feminicídio
Ocultação de cadáver
Falsificação de documento público
Uso de documento falso
Falsa identidade
Invasão de dispositivo informático
Furto mediante fraude
Versão do suspeito
O publicitário afirmou que, ao chegar ao apartamento de Brasília em 8 de agosto, encontrou a companheira já sem vida, “deitada na cama com o braço caído”, e que não soube como reagir.
Contudo, a Polícia Civil acredita que o crime ocorreu no dia seguinte. Jardim também admitiu ter pago R$ 2 mil a um catador conhecido como “Binho” para ajudá-lo a se livrar do corpo. Ele confessou ainda que planejou espalhar as partes da vítima por vários locais da cidade, incluindo a rodoviária, para dificultar as investigações.
O caso de feminicídio em Porto Alegre causou forte comoção social e reacendeu o debate sobre violência contra a mulher no Brasil. O crime brutal reforça a necessidade de políticas públicas voltadas à proteção de mulheres em situação de vulnerabilidade.


 
                                    