A possibilidade de tirar a CNH sem autoescola está movimentando o país. Uma proposta do Ministério dos Transportes prevê que os candidatos a motorista possam contratar instrutores autônomos para aprender a dirigir, em vez de depender exclusivamente das autoescolas.
O texto esteve em consulta pública até o dia 2 de novembro, e agora segue para análise do Conselho Nacional de Trânsito (Contran), que poderá aprovar ou ajustar a proposta. A expectativa é de que as novas regras comecem a valer até o fim de 2025.
O que muda com a CNH sem autoescola
Com a nova proposta, quem quiser obter a habilitação poderá escolher entre ter aulas em autoescolas ou com instrutores independentes. O teste teórico e prático seguirá obrigatório, garantindo a segurança e a qualidade no processo de formação dos motoristas.
Para se tornar instrutor autônomo, será necessário cumprir requisitos específicos e obter credenciamento junto aos Detrans estaduais. A ideia é ampliar o acesso à formação de condutores, oferecendo mais flexibilidade e menor custo.
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Atualmente, tirar a CNH custa entre R$ 3 mil e R$ 5 mil, e o novo modelo pode reduzir esse valor em até 80%, segundo estimativas do setor.
Diretor do Detran faz alerta: “pode ficar quase impossível tirar a CNH”
Apesar da empolgação com a possível redução de custos, o diretor de Habilitação e Veículos do Detran-MT, Alessandro de Andrade, alerta que a mudança pode dificultar o processo de habilitação.
Em entrevista ao portal RD News, ele afirmou que o fim da obrigatoriedade das autoescolas pode elevar as taxas de reprovação nas provas teórica e prática para até 95%, o que tornaria muito mais difícil obter a CNH.
Segundo o diretor, a ausência de acompanhamento padronizado pode comprometer o aprendizado e, consequentemente, retardar a emissão do documento.
Mercado dividido e incertezas pela frente
A proposta da CNH sem autoescola divide opiniões. Enquanto alguns defendem a iniciativa como um passo para modernizar o sistema de formação de condutores, outros temem que a medida reduza a qualidade do ensino e aumente o número de motoristas despreparados nas ruas.
O debate ganha força em meio à preocupação com a segurança no trânsito, já que a falha humana é apontada como a principal causa de acidentes no Brasil.
A proposta também busca alinhar o país a padrões internacionais, como o uso de carros automáticos nos exames de direção, tendência crescente em diversos países.
Próximos passos
Agora, o Contran analisará as sugestões recebidas durante a consulta pública e decidirá se a proposta seguirá adiante. Até lá, candidatos e instrutores aguardam ansiosos por definições sobre o futuro da CNH sem autoescola.

