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04 de novembro de 2025

CNH sem autoescola: diretor do Detran alerta que tirar a carteira pode ficar quase impossível com nova lei

Proposta do governo promete permitir tirar a CNH sem autoescola, mas diretor do Detran alerta que medida pode aumentar reprovações.

A possibilidade de tirar a CNH sem autoescola está movimentando o país. Uma proposta do Ministério dos Transportes prevê que os candidatos a motorista possam contratar instrutores autônomos para aprender a dirigir, em vez de depender exclusivamente das autoescolas.

O texto esteve em consulta pública até o dia 2 de novembro, e agora segue para análise do Conselho Nacional de Trânsito (Contran), que poderá aprovar ou ajustar a proposta. A expectativa é de que as novas regras comecem a valer até o fim de 2025.

O que muda com a CNH sem autoescola

Com a nova proposta, quem quiser obter a habilitação poderá escolher entre ter aulas em autoescolas ou com instrutores independentes. O teste teórico e prático seguirá obrigatório, garantindo a segurança e a qualidade no processo de formação dos motoristas.

Para se tornar instrutor autônomo, será necessário cumprir requisitos específicos e obter credenciamento junto aos Detrans estaduais. A ideia é ampliar o acesso à formação de condutores, oferecendo mais flexibilidade e menor custo.

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Atualmente, tirar a CNH custa entre R$ 3 mil e R$ 5 mil, e o novo modelo pode reduzir esse valor em até 80%, segundo estimativas do setor.

Diretor do Detran faz alerta: “pode ficar quase impossível tirar a CNH”

Apesar da empolgação com a possível redução de custos, o diretor de Habilitação e Veículos do Detran-MT, Alessandro de Andrade, alerta que a mudança pode dificultar o processo de habilitação.

Em entrevista ao portal RD News, ele afirmou que o fim da obrigatoriedade das autoescolas pode elevar as taxas de reprovação nas provas teórica e prática para até 95%, o que tornaria muito mais difícil obter a CNH.

Segundo o diretor, a ausência de acompanhamento padronizado pode comprometer o aprendizado e, consequentemente, retardar a emissão do documento.

Mercado dividido e incertezas pela frente

A proposta da CNH sem autoescola divide opiniões. Enquanto alguns defendem a iniciativa como um passo para modernizar o sistema de formação de condutores, outros temem que a medida reduza a qualidade do ensino e aumente o número de motoristas despreparados nas ruas.

O debate ganha força em meio à preocupação com a segurança no trânsito, já que a falha humana é apontada como a principal causa de acidentes no Brasil.

A proposta também busca alinhar o país a padrões internacionais, como o uso de carros automáticos nos exames de direção, tendência crescente em diversos países.

Próximos passos

Agora, o Contran analisará as sugestões recebidas durante a consulta pública e decidirá se a proposta seguirá adiante. Até lá, candidatos e instrutores aguardam ansiosos por definições sobre o futuro da CNH sem autoescola.

Guilherme Galhardo
Guilherme Galhardo
Estudante de jornalismo, apaixonado pela cultura POP, luta-livre, games, séries e filmes. Entusiasta de meteorologia e punk rocker nas horas vagas.
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