O Brasil está prestes a entrar em uma nova era da tecnologia climática. O Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) anunciou que seu mais novo supercomputador está em fase final de testes e promete revolucionar a forma como o país prevê e enfrenta desastres naturais, especialmente as enchentes que têm castigado o Rio Grande do Sul nos últimos anos.
Com custo estimado em mais de R$ 200 milhões, o equipamento foi desenvolvido para processar milhões de dados por segundo, cruzando informações de satélites, radares e sensores de solo. O objetivo é simples, mas poderoso: detectar riscos de enchentes e temporais com dias de antecedência, dando tempo para que autoridades e comunidades ajam antes que o pior aconteça.
De acordo com o Inpe, o supercomputador vai operar no Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos (CPTEC), em Cachoeira Paulista (SP), e será o coração de um novo sistema nacional de monitoramento climático. O equipamento é fabricado pela Hewlett Packard Enterprise (HPE) e possui uma capacidade de processamento 20 vezes maior que a do antigo Tupã, utilizado pelo instituto por mais de uma década.
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Quando o supercomputador vai começar a operar?
A expectativa é que o sistema seja inaugurado oficialmente em dezembro de 2025, já integrado ao Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden). Com isso, será possível emitir alertas meteorológicos com mais antecedência e precisão, reduzindo o impacto de chuvas, ventos e deslizamentos que colocam vidas em risco todos os anos.
Os técnicos afirmam que o novo supercomputador será capaz de gerar previsões em minutos, algo que antes levava horas. A precisão também será ampliada: o sistema poderá indicar a hora exata e o local mais provável de um evento climático severo, o que representa um salto inédito na história da meteorologia brasileira.
Além do avanço científico, o projeto também tem um lado simbólico. O Inpe anunciou que o supercomputador receberá um nome oficial escolhido pelo público em um concurso nas redes sociais, uma forma de aproximar a população da ciência e mostrar como a tecnologia pode ser uma aliada poderosa na prevenção de tragédias.
Com esse investimento, o Brasil se junta ao grupo de países que utilizam supercomputadores de última geração para salvar vidas, proteger cidades e enfrentar os desafios climáticos de um planeta em transformação.

