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13 de novembro de 2025

RS em alerta: Região Sul vira alvo dos ventos mais perigosos do Brasil; entenda por que os tornados estão aumentando

O Sul do Brasil concentra a maior parte dos tornados registrados no país. Saiba por que a região é a mais propensa a esse fenômeno.

Quem vive no Sul do Brasil já se acostumou com as tempestades intensas, mas o que tem assustado cada vez mais moradores são os tornados. Fenômenos que antes pareciam coisa de filme americano agora se repetem com frequência, deixando rastros de destruição por cidades do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul.

O episódio mais recente, em Rio Bonito do Iguaçu (PR), mostrou a força desses ventos extremos. O tornado, que deixou sete mortos e mais de 800 feridos, teve velocidade estimada de até 330 km/h, destruindo casas, arrancando árvores e virando veículos. E esse não é um caso isolado.

(Foto: reprodução)

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De acordo com um levantamento da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG), 70% dos tornados no Brasil acontecem no Sul. Só em 2024, foram 23 registros na região, de um total de 28 em todo o país. O Paraná e o Rio Grande do Sul lideraram o ranking, com dez episódios cada.

Fenômenos extremos no Sul do Brasil: entenda o “corredor de tornados”

(Foto: reprodução)

Mas por que o Sul é o “corredor dos tornados” brasileiros? A explicação está na posição geográfica: a região recebe ventos quentes e úmidos da Amazônia, que se encontram com massas de ar frio vindas da Argentina e do Uruguai. Esse choque de temperaturas e pressões cria o ambiente perfeito para tempestades severas, e, consequentemente, para os tornados.

Esses redemoinhos gigantes começam a se formar em tempestades chamadas de supercélulas, quando as correntes de ar quente e frio se cruzam em diferentes altitudes, gerando o que os meteorologistas chamam de “cisalhamento do vento”. A rotação começa no alto e, se for intensa o bastante, toca o solo com força devastadora.

(Foto: reprodução)

Os pesquisadores alertam que as mudanças climáticas podem agravar o problema, tornando os tornados ainda mais frequentes e imprevisíveis. “A possibilidade de eventos extremos como esse aumenta”, afirma o professor Michel Mahiques, da USP ao G1.

Além disso, muitos casos nem entram nas estatísticas oficiais, especialmente quando acontecem em áreas rurais. “Há comunidades que resolvem os danos por conta própria, sem acionar a Defesa Civil”, explica a professora Karin Linete Hornes, da UEPG ao G1.

O Brasil ainda não possui um sistema nacional de alerta específico para tornados, o que dificulta a prevenção e a reação rápida. Por isso, os especialistas reforçam: em caso de tempestades severas, procure abrigo em locais de estrutura reforçada, longe de janelas e objetos soltos.

Enquanto os Estados Unidos registram mais de 1.200 tornados por ano, a América do Sul vem se tornando o segundo maior foco mundial, com destaque para Brasil, Paraguai e Argentina. No entanto, aqui, a falta de monitoramento ainda impede uma resposta mais eficiente.

O alerta está dado: o Sul do Brasil se tornou a rota dos tornados, e compreender o fenômeno é o primeiro passo para evitar novas tragédias.

Guilherme Galhardo
Guilherme Galhardo
Estudante de jornalismo, apaixonado pela cultura POP, luta-livre, games, séries e filmes. Entusiasta de meteorologia e punk rocker nas horas vagas.
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