A falência de uma das marcas mais tradicionais do chimarrão gaúcho pegou muita gente de surpresa. Consumidores que cresceram comprando a erva-mate Vier ficaram em dúvida sobre o futuro do produto e se o nome sumiria das prateleiras. A notícia se espalhou rápido, trazendo apreensão principalmente entre quem tem forte ligação com as marcas antigas.
Mas a grande virada foi revelada na última semana depois dos primeiros detalhes sobre a falência.
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Erva-mate Vier tem reviravolta inesperada após pedir falência: marca vai desaparecer por completo?
Mesmo com a falência decretada pela fabricante original, a erva-mate Vier não vai desaparecer do mercado. O motivo envolve um acordo pouco conhecido do público e que já está em vigor desde 2024.
A marca Vier foi arrendada pela Rei Verde, empresa de Erechim, por um período de 30 anos. Esse arrendamento vale apenas para a marca, não para a fábrica que faliu em Santa Rosa. Ou seja, a Rei Verde agora é responsável por produzir, envasar e distribuir a erva-mate Vier, mantendo o nome vivo nos supermercados, especialmente na região metropolitana de Porto Alegre, onde o produto tem mais força.
Falta de matéria-prima e tentativa de reestruturação
Segundo o administrador judicial da massa falida, André Estevez, esse arrendamento prevê um repasse mensal de 3% da receita gerada pela venda da erva-mate Vier produzida pela Rei Verde. Esse dinheiro será destinado ao pagamento dos credores, junto com o valor obtido na venda dos bens da antiga indústria. A crise no setor também pesa: há excesso de oferta de erva-mate, embora a própria Vier tenha atribuído a falta de matéria-prima como um dos motivos das dificuldades financeiras.
A história da Vier é antiga. Fundada em 1944 por Jacob Vier, começou com vendas em sacos de estopa e cresceu especialmente nos anos 1970, sob o comando de Oscar Büttenbender, genro do fundador. A primeira marca da empresa, inclusive, foi a Ninfa — lembrada por muitos consumidores antigos.
Além da erva-mate Vier, a Rei Verde também arrendou a marca Flor Verde, voltada ao público da Fronteira Oeste e do Uruguai. A própria Rei Verde já é mais forte no interior gaúcho e mantém unidades em Erechim, Ilópolis, Arvorezinha e São Mateus do Sul (PR), exportando para países vizinhos e até para a Europa. Com isso, a empresa amplia seu portfólio e garante a continuidade de marcas tradicionais do chimarrão.

