A população do Rio Grande do Sul foi pega de surpresa com mais um capítulo envolvendo denúncias graves no uso de dinheiro público. Em meio a um cenário de destruição causado pelas enchentes de 2024, veio à tona uma investigação que reacende a revolta de quem perdeu tudo naquele período.
Segundo as autoridades, trata-se de um caso que envolve contratos milionários feitos sem transparência, levantando suspeitas que deixaram moradores indignados. O escândalo ganhou força rapidamente, justamente por envolver recursos federais destinados à assistência social em um dos momentos mais difíceis da história recente do Estado.
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Prefeitura no RS é investigada por suposto desvio de verba federal durante enchente de 2024: uso irregular de dinheiro
É só a partir daqui que surge a informação completa: uma prefeitura no RS é investigada e estaria no centro das irregularidades. Trata-se da Prefeitura de Lajeado, que segundo a Polícia Federal e a Controladoria-Geral da União, teria utilizado verbas emergenciais de forma irregular durante o período de calamidade.
De acordo com as autoridades, o município teria usado dinheiro do Fundo Nacional de Assistência Social (FNAS) para contratar, sem licitação, uma única empresa responsável por fornecer psicólogos, assistentes sociais, educadores sociais, motoristas e auxiliares administrativos. Os contratos, somados, chegam a R$ 120 milhões e teriam sido superfaturados.
Em comunicado oficial, PF e CGU afirmam que há indícios de que os valores pagos ultrapassavam o preço de mercado e que não houve comprovação de que a proposta escolhida era a mais vantajosa. Por isso, foram determinados 35 mandados de busca e apreensão, mobilizando 92 policiais federais e três auditores da CGU em várias cidades do Estado.
As ações ocorreram em Lajeado, Porto Alegre, Muçum, Encantado, Garibaldi, Guaporé, Carlos Barbosa, São Leopoldo e Novo Hamburgo. Além disso, houve o bloqueio de R$ 4,5 milhões em bens e o confisco de dez veículos ligados à gestão investigada.
Segundo os investigadores, os suspeitos poderão responder por crimes de desvio de verbas públicas, lavagem de dinheiro e irregularidades em licitações e contratos administrativos, acusações que podem gerar longas penas e perda de direitos políticos.
A reportagem tenta contato com a Prefeitura de Lajeado, porém ainda não obteve retorno. O espaço segue aberto para futuras manifestações.

