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15 de novembro de 2025

Correios preparam 10 mil demissões em novo plano de reestruturação

Demissões nos Correios podem começar antes do previsto, e o impacto pode ser maior do que muita gente imagina.

Os Correios estão vivendo um dos momentos mais delicados de sua história. Nas últimas semanas, declarações internas e documentos preliminares acenderam um alerta sobre mudanças profundas na estrutura da empresa pública.

Nos bastidores, muito se falava sobre cortes, reorganização e ajustes urgentes nas contas, mas sem detalhes oficiais sobre o tamanho da reestruturação. Funcionários, inclusive, demonstravam preocupação com possíveis impactos no quadro atual.

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A confirmação veio agora: o plano prevê ao menos 10 mil demissões nos Correios, dentro de um novo Programa de Demissão Voluntária (PDV) que será lançado ainda neste ano. A medida faz parte do projeto para recuperar financeiramente a estatal e convencer bancos a liberarem um empréstimo de R$ 20 bilhões.

Demissões nos Correios fazem parte de uma reestruturação maior

Segundo informações divulgadas pela Folha de S.Paulo, a intenção da direção é reduzir gastos com pessoal, que hoje representam 72% de todos os custos da estatal. Os Correios contam atualmente com cerca de 85 mil trabalhadores.

O novo PDV será dividido em duas etapas:

  • Fase 1: segue regras tradicionais, com critérios de idade e tempo de serviço;
  • Fase 2: metas de desligamento por setor, após um estudo de produtividade encomendado pela empresa.

A estatal possui quase 10 mil unidades de atendimento, mas apenas 15% são superavitárias, segundo relatório de 2024. Com isso, o plano também prevê unificação de agências consideradas “sombreadas”, aquelas muito próximas umas das outras.

Correios tentam evitar um rombo bilionário

A situação financeira é crítica. A empresa:

  • deve fechar 2025 com rombo de R$ 10 bilhões;
  • pode atingir R$ 20 bilhões de prejuízo em 2026;
  • e, em um cenário extremo, chegar a R$ 70 bilhões em cinco anos.

Além do PDV e das demissões, o plano de reestruturação inclui:

  • venda de imóveis;
  • mudanças no plano de saúde (ponto sensível entre os servidores);
  • ajustes em salários e cargos;
  • entregas ampliadas aos fins de semana;
  • cobrança de metas de produtividade.

Parte dos R$ 20 bilhões solicitados em empréstimo deve financiar os incentivos para quem aderir ao PDV.

Funcionários temem perda de direitos

As negociações com sindicatos continuam. Os servidores demonstram preocupação com:

  • perdas salariais ao migrar para o Postalis, que já tem um rombo bilionário;
  • condições do plano de saúde;
  • possíveis transferências de unidade.

O último PDV, lançado em 2024, teve adesão de 3,7 mil empregados — número considerado baixo.

O que acontece agora com os Correios?

O plano completo de reestruturação deve ser finalizado nas próximas duas semanas. Os bancos precisam entregar novas propostas de crédito, já que os primeiros juros oferecidos (mesmo com garantia do Tesouro) foram considerados altos.

Guilherme Galhardo
Guilherme Galhardo
Estudante de jornalismo, apaixonado pela cultura POP, luta-livre, games, séries e filmes. Entusiasta de meteorologia e punk rocker nas horas vagas.
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