A realização do Enem 2025 ganhou um novo capítulo que tem deixado muitos estudantes apreensivos. Nas redes sociais, cresceu a circulação de vídeos e relatos sobre possíveis irregularidades envolvendo o conteúdo das provas. Ao mesmo tempo, autoridades passaram a monitorar o caso de perto.
Nos bastidores, o clima é de preocupação. Comentários de alunos e professores se multiplicaram, principalmente após surgirem denúncias de que questões teriam aparecido antes da aplicação oficial. A cada nova informação, aumentava o questionamento sobre a segurança do exame.
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MEC aciona PF para anular questões do ENEM 2025: entenda a história
Foi somente depois do gabarito extraoficial circular nas redes sociais que o Ministério da Educação confirmou o que muitos temiam: três questões do Enem 2025 foram anuladas, e a Polícia Federal foi acionada para investigar um possível vazamento. O motivo foi um episódio envolvendo o universitário Edcley Teixeira, que publicou, cinco dias antes da prova, perguntas praticamente idênticas às que caíram no exame.
Segundo o MEC, o estudante afirma participar dos pré-testes do Inep, um processo padrão realizado para calibrar questões e diz lembrar de detalhes suficientes para recriá-las. Com isso, ele vende cursos on-line que prometem antecipar o estilo e até o conteúdo das perguntas do Enem. Em uma live no YouTube, Edcley apresentou itens de Biologia e Física com alternativas idênticas às do exame oficial.
As gravações chamaram tanta atenção que passaram a circular rapidamente entre candidatos. Em um dos casos, uma pergunta sobre ruído sonoro apresentava as mesmas alternativas, função matemática e valores numéricos utilizados na prova. Nos stories, o universitário ainda listou diversas questões que teria ensinado aos seus alunos antes do Enem.
A situação piorou quando vieram à tona vídeos antigos nos quais Edcley explicava como “grandes cursinhos hackeiam o Enem” usando provas do Prêmio Talento Universitário exatamente a prática que ele próprio passou a adotar. Em outras postagens, ele afirma ter acessado antecipadamente itens usados no Enem 2023 e 2024, repetindo a estratégia em 2025.

Diante da repercussão, o MEC e o Inep reforçaram que os protocolos de segurança foram seguidos. Ainda assim, a comissão técnica responsável decidiu pela anulação de três questões, considerando similaridades observadas entre o material de Edcley e as perguntas aplicadas na prova deste ano.

Nota na íntegra publicada no site do MEC
O Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) reafirma a
isonomia, lisura e validade das provas do Enem 2025.
Ao identificar relatos de antecipação de questões similares às do Exame Nacional do Ensino
Médio (Enem) 2025, a equipe técnica que faz parte da comissão assessora responsável pela montagem das provas analisou as circunstâncias e decidiu, com base em informações sobre a montagem do teste, pela anulação de três itens aplicados na prova.
O Enem utiliza a Teoria da Resposta ao Item (TRI) para apuração de seus resultados. A
metodologia demanda que os itens sejam pré-testados. Os estudantes que participam de pré-testes têm contato com itens que podem vir a compor o Enem em alguma edição.
Nenhuma questão foi apresentada tal qual na edição de 2025 do exame. Na divulgação
observada nas redes sociais, foram identificadas similaridades pontuais entre os itens.
A Polícia Federal foi acionada para apurar a conduta e autoria na divulgação das questões e
garantir a responsabilização dos envolvidos por eventual quebra de confidencialidade ou ato de má-fé pela divulgação de questões sigilosas de forma indevida.
O Inep promove diversas estratégias para calibrar as questões que compõe o Banco Nacional de Itens e podem ser usadas na elaboração das provas do Enem. Os processos envolvem rigorosos protocolos de segurança, que foram cumpridos em todas as etapas do exame.

