A situação da Oi ganhou mais um capítulo decisivo e surpreendeu consumidores e credores. Depois de dias de incertezas e forte repercussão no mercado, o caso teve uma reviravolta que muda, mais uma vez, o caminho da companhia. O anúncio movimentou o setor de telecomunicações.
Ainda que muitos tenham acreditado que a falência da Oi fosse definitiva, a Justiça decidiu seguir por outra direção. A medida foi tomada após manifestações de grandes credores e alertas sobre o risco de descontinuidade dos serviços essenciais prestados pela empresa. Assim, a decisão anterior não permaneceu como estava.
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Por que a Justiça reverteu a falência da Oi?
Na prática, a Justiça suspendeu a falência da Oi e devolveu a companhia ao regime de recuperação judicial, garantindo fôlego para reorganizar dívidas e manter a operação funcionando. A decisão, assinada pela desembargadora Mônica Maria Costa, levou em conta a possibilidade de prejuízos graves aos credores, clientes e ao interesse público caso a liquidação fosse mantida.
Um dos argumentos mais fortes apresentados pelos bancos Itaú e Bradesco foi o risco de colapso imediato dos serviços. Isso porque a Oi ainda opera estruturas sensíveis, como comunicações de tráfego aéreo, rede das lotéricas, serviços de telefonia em regiões remotas e linhas de emergência. Segundo a magistrada, uma falência abrupta poderia causar danos irreversíveis ao país.
Com a reversão, os administradores judiciais afastados retornam ao comando — entre eles, Bruno Rezende, que seguirá acumulando a função de gestor judicial. Além disso, a decisão determina investigação sobre a gestora norte-americana Pimco, que assumiu parte do controle acionário após execução de títulos vencidos, para apurar possível influência indevida no processo.
Intervenção da União e Anatel
O Ministério Público também recomendou a participação da União e da Anatel no caso, pedido que a Justiça aceitou. As instituições deverão apresentar medidas emergenciais e alternativas regulatórias para garantir que os serviços essenciais não sejam interrompidos enquanto a empresa tenta reorganizar sua estrutura financeira.
A reversão ocorre apenas quatro dias depois da decretação de falência pela 7ª Vara Empresarial do TJ-RJ, que apontou insolvência técnica da companhia, com dívida de cerca de R$ 1,7 bilhão e patrimônio considerado esvaziado. Especialistas avaliam que a suspensão favorece especialmente os bancos credores, já que, na recuperação judicial, eles têm prioridade no recebimento de valores.
E agora?
Mesmo com a decisão positiva para a continuidade das operações, o futuro da Oi segue incerto. Agora, a empresa precisa cumprir uma série de metas financeiras e acelerar a venda organizada de ativos. Além disso, deve apresentar resultados convincentes para evitar nova ruptura no processo judicial, preservando empregos e mantendo serviços essenciais sem interrupções.
Por fim, a Oi enviou comunicado ao mercado confirmando oficialmente a suspensão da falência, em resposta a ofício da B3. A empresa reforçou que está comprometida com a transparência e seguirá informando investidores e acionistas sobre cada desdobramento relevante do caso.

