Criança desenha Orixá durante aula e pai manda polícia para escola. Uma funcionária de uma escola relatou que policiais militares fortemente armados circularam pela escola após uma denúncia feita pelo pai de uma aluna.
De acordo com ela, cerca de 12 PMs, incluindo um agente portando uma metralhadora, estiveram no local para apurar a suposta obrigatoriedade de uma “aula de religião africana”. O responsável pela criança afirmou que a filha teria sido exposta a esse conteúdo por causa de um desenho que continha a palavra “Iansã”.
O caso aconteceu , na Zona Oeste de São Paulo.
Em resposta ao g1, a Secretaria da Segurança Pública (SSP) explicou que a Polícia Militar abriu um procedimento para apurar a atuação da equipe. A pasta, porém, afirma que apenas quatro policiais da 2ª Cia do 16º BPM/M participaram oficialmente da ocorrência dentro da escola.
Criança desenha Orixá durante aula e pai manda polícia para escola: Veja a nota
Segundo a funcionária, que preferiu não ter o nome divulgado, a presença dos agentes causou medo e constrangimento entre professores, funcionários e familiares. O episódio teria ocorrido na terça-feira (11), sendo formalmente relatado no dia seguinte.
A servidora também relatou que permaneceu sob interpelação dos PMs por cerca de 20 minutos, sentindo-se coagida durante a abordagem. A SSP informou que a PM já instaurou investigação interna sobre a conduta da equipe e que as imagens das câmeras corporais serão analisadas.
Em nota, a pasta reforçou que a Corregedoria da PM está aberta para receber informações que possam ajudar no processo.
“No âmbito da Polícia Civil, a servidora da unidade de ensino registrou boletim de ocorrência por ameaça envolvendo o pai da estudante, policial militar da ativa, que por sua vez também registrou ocorrência, negando a acusação de ter danificado um painel da escola ao retirar um desenho feito por sua filha. Diante dos registros, o 34º Distrito Policial (Vila Sônia) convidará a servidora para verificar seu interesse em formalizar representação criminal e colher seu depoimento sobre os fatos. Caso haja representação, será instaurado inquérito policial, e todos os envolvidos e testemunhas serão ouvidos para completo esclarecimento e eventual responsabilização no âmbito criminal”, completou a SSP.
A denúncia enviada à Secretaria aponta ainda que a orientação repassada pelos policiais à comunidade escolar teria sido “equivocada e racista”, ao considerar inadequado um trabalho pedagógico que, segundo os profissionais da unidade, tem como objetivo estimular a diversidade cultural e a formação cidadã dos alunos.

