Canoas vive um momento histórico na segurança pública. O município da Região Metropolitana de Porto Alegre encerrou outubro sem registrar homicídios e já acumula mais de 40 dias sem esse tipo de crime. O último caso ocorreu em 21 de setembro. Os números colocam a cidade entre as mais seguras do Brasil e dentro dos parâmetros da Organização das Nações Unidas (ONU), que considera aceitável uma taxa de até 10 homicídios por 100 mil habitantes.
Com população estimada em 347.657 pessoas, segundo o IBGE, Canoas registra em 2025 uma taxa de 8,05 homicídios por 100 mil habitantes. De janeiro a outubro foram 28 assassinatos, uma queda de 47% em relação ao mesmo período de 2024 e de 62% na comparação com 2023.
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Operações integradas e sufocamento operacional
O comandante do 15º Batalhão de Polícia Militar, tenente-coronel Clóvis Ivan Alves, atribui o resultado às ações de saturamento em áreas conflagradas e ao trabalho conjunto com a Polícia Civil:
“Realmente nós estamos há quase dois meses sem nenhum homicídio em Canoas. Desde o ano passado trabalhamos o sufocamento operacional nos principais locais identificados pela nossa inteligência quanto ao tráfico de drogas. Isso evita conflitos entre organizações criminosas. Em 2025 já fizemos 2.500 prisões e recapturamos 270 indivíduos procurados. As operações conjuntas e ações de sufocamento são o que dão resultado a estes números que hoje comemoramos e que nos colocam nos indicadores da ONU”, destacou.
Delegacia de Homicídios celebra marco histórico
A delegada Graziela Zinelli, titular da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) de Canoas, reforça que o trabalho integrado entre as forças de segurança e o Judiciário foi determinante:
“Diversos fatores foram essenciais para que a cidade alcançasse esse nível de segurança. Operações focadas nos principais grupos criminosos, prisões preventivas decretadas e mantidas, além da troca de informações entre Polícia Civil, Brigada Militar e sistema penal. É motivo de orgulho estar entre as 100 cidades mais seguras do Brasil e atingir os dados da ONU, algo que parecia distante há pouco tempo.”
Segundo a delegada, entre 80% e 90% dos homicídios em Canoas estavam ligados ao crime organizado e à disputa de território entre facções.
Reconhecimento estadual e internacional
O desempenho de Canoas foi destaque no encontro do Programa RS Seguro, realizado no Palácio Piratini. O município foi citado como exemplo de boas práticas de segurança pública.
O secretário municipal de Segurança Pública, Alexandre Alberto Rocha, ressaltou o papel da prefeitura no apoio às forças policiais:
“O Município auxilia com recursos financeiros, infraestrutura e equipamentos. As quatro companhias da Brigada Militar funcionam em terrenos municipais, assim como delegacias. Nossa próxima aquisição serão 15 viaturas semiblindadas, divididas entre Guarda Municipal, Brigada Militar e Polícia Civil.”
Patamar da ONU
De acordo com a ONU, taxas de homicídio iguais ou inferiores a 10 por 100 mil habitantes indicam um nível de segurança considerado não epidêmico. Canoas, com índice de 8,05, entra nesse seleto grupo.

