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22 de dezembro de 2025

Mudanças climáticas viram o tempo de ponta-cabeça e dezembro pode ser imprevisível no RS, segundo especialistas

O mês de dezembro chega ao Rio Grande do Sul trazendo um alerta silencioso, mas cada vez mais presente: o avanço das mudanças climáticas já começa a alterar o comportamento do tempo no Estado. Embora o verão só comece oficialmente no dia 21, o padrão típico da estação tende a surgir antes e de forma menos previsível.

Nos últimos anos, o que antes era considerado normal já virou exceção. Ondas de calor fora de época, longos períodos de estiagem seguidos por chuvas intensas e temporais localizados têm se tornado cada vez mais comuns. Procurados pelo ND+, meteorologistas do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), explicam que dezembro de 2025 deve seguir exatamente esse roteiro no Rio Grande do Sul.

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A tendência geral para o mês aponta chuva abaixo da média em praticamente todo o território gaúcho. Isso significa que o Estado pode enfrentar períodos mais secos do que o normal, especialmente no interior, o que preocupa produtores rurais e autoridades ligadas ao abastecimento de água. No entanto, quando a chuva aparecer, a chance é de ela vir de forma concentrada e intensa.

Esse é um dos efeitos mais claros das mudanças no clima: menos dias com chuva, porém com volumes mais altos em curto espaço de tempo. O resultado são alagamentos rápidos, transtornos urbanos e risco de deslizamentos em áreas mais vulneráveis.

Mudanças climáticas viram o tempo de ponta-cabeça e dezembro pode ser imprevisível no RS: prepare-se para o calor

Enquanto a chuva pode ser irregular, o calor não deve dar trégua. A previsão indica temperaturas acima da média em boa parte do Estado, especialmente nas regiões Oeste, Noroeste e Metropolitana. Em alguns dias, os termômetros podem se aproximar (ou até ultrapassar) os 32°C, aumentando a sensação de abafamento e o desconforto térmico.

Outro fator que merece atenção é a possibilidade de frentes frias mal distribuídas. Diferentemente de anos anteriores, quando essas frentes ajudavam a organizar o clima no Sul, agora elas tendem a chegar de forma mais fraca ou passageira, contribuindo pouco para aliviar o calor e regular as chuvas.

Temporais, mais ou menos?

O risco de temporais isolados também estará presente. Mesmo em um cenário de menos chuva no acumulado mensal, tempestades com rajadas de vento, descargas elétricas e granizo não estão descartadas. Esses eventos extremos se tornaram mais frequentes justamente por causa do desequilíbrio atmosférico provocado pelas mudanças climáticas.

Especialistas reforçam que o grande desafio do momento não é apenas prever se vai chover ou fazer calor, mas identificar onde e quando os eventos serão mais fortes. A instabilidade climática torna as previsões mais curtas e os alertas mais urgentes.

Para a população, a recomendação é clara: redobrar a atenção aos avisos meteorológicos, manter cuidados com a hidratação nos dias mais quentes e evitar áreas de risco durante tempestades. Dezembro deve marcar mais um capítulo de um novo normal climático que já não pode mais ser ignorado.

No Rio Grande do Sul, o verão começa sob o impacto direto das mudanças climáticas, transformando o tempo em um verdadeiro teste de resistência para cidades, lavouras e moradores.

Guilherme Galhardo
Guilherme Galhardo
Estudante de jornalismo, apaixonado pela cultura POP, luta-livre, games, séries e filmes. Entusiasta de meteorologia e punk rocker nas horas vagas.
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