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06 de dezembro de 2025

Papa atualiza regras da Igreja Católica e define o que vale ou não no sexo entre Cristãos

A Igreja Católica e sexo agora aparecem na mesma frase com novas regras. O que o Papa mudou surpreendeu até fiéis antigos.

O Vaticano divulgou no fim de novembro um documento que marca uma mudança significativa na forma como a Igreja Católica e sexo no casamento passam a ser interpretados na doutrina oficial. O texto, aprovado pelo papa Leão XIV, redefine regras que até pouco tempo eram tratadas como imutáveis.

O documento, intitulado Una Caro (“Uma só carne”), foi elaborado pelo Dicastério para a Doutrina da Fé e tem como objetivo responder a dúvidas levantadas por bispos de diferentes regiões do mundo, especialmente de países africanos, onde há tensão entre tradições culturais e normas religiosas.

Pela primeira vez de forma tão clara, o Vaticano reconhece oficialmente que o sexo dentro do casamento não possui apenas finalidade reprodutiva. O aspecto emocional, espiritual e afetivo da relação passa a ter o mesmo peso no entendimento da Igreja.

Essa mudança não surge de forma isolada. Desde o Concílio Vaticano II, a instituição vinha gradualmente revisando sua linguagem sobre sexualidade e matrimônio. Agora, essa evolução se transforma em diretrizes escritas e oficiais.

As três novas regras da Igreja Católica sobre sexo no casamento

1. Casais que não podem ter filhos continuam em matrimônio pleno

A Igreja passa a reconhecer que não há “casamento incompleto” quando o casal é infértil. A união continua válida e santa, e a vida íntima é vista como expressão legítima de afeto e compromisso.

O documento afirma que a capacidade biológica de gerar filhos não define a dignidade nem a validade do matrimônio.

O casal não é obrigado a buscar gravidez em toda relação

Uma das maiores novidades é a afirmação de que o ato sexual não precisa ter a intenção consciente de engravidar.

O sexo, segundo a nova diretriz, pode ser vivido como gesto de amor, entrega e profundidade emocional, sem violar a abertura à vida.

Relações durante períodos inférteis são legítimas

A Igreja reconhece o direito do casal de viver sua intimidade durante períodos naturalmente inférteis.

O documento afirma que tais circunstâncias não devem ser vistas como rejeição à possibilidade de filhos, mas como exercício de responsabilidade no planejamento familiar.

Monogamia reafirmada com novo significado

Apesar das mudanças, a Igreja reforça que o casamento cristão continua sendo exclusivo entre homem e mulher.

Práticas como poligamia e poliamor seguem sendo rejeitadas, agora associadas ao conceito de “pertencimento total”, interpretado como entrega integral entre os cônjuges.

“A união monogâmica representa a plenitude da doação recíproca e não admite divisão com terceiros”, diz o texto.

Uma evolução histórica na doutrina

Até os séculos 16 e 17, a Igreja impunha longos períodos de abstinência, especialmente em contextos litúrgicos.

No século 20, esse entendimento começou a mudar. O Catecismo de 1992 já reconhecia a sexualidade como fonte legítima de alegria quando vivida no amor verdadeiro.

O novo documento consolida esse processo histórico.

Literatura e filosofia no discurso do Vaticano

De forma incomum, o texto cita autores como Pablo Neruda, Emily Dickinson, Rabindranath Tagore, Walt Whitman e Kierkegaard.

A intenção, segundo o Vaticano, é demonstrar que a entrega emocional e a exclusividade no casamento estão presentes não só na religião, mas também na cultura universal.

Repercussão internacional

Especialistas avaliam que a decisão não altera os pilares da fé católica, mas moderniza a sua abordagem pastoral.

A Igreja se aproxima da realidade dos casais sem abandonar os valores centrais de fidelidade e responsabilidade.

E você, está cumprindo as regras?

Guilherme Galhardo
Guilherme Galhardo
Estudante de jornalismo, apaixonado pela cultura POP, luta-livre, games, séries e filmes. Entusiasta de meteorologia e punk rocker nas horas vagas.
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