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Canoas
06 de dezembro de 2025

RS em risco de enchente, diz estudo: mapa revela áreas mais frágeis

RS está em risco de enchente após divulgação de estudo que revela áreas críticas e expõe Canoas entre as regiões mais vulneráveis.

O medo voltou a circular pelas ruas. Em muitas cidades do Rio Grande do Sul, basta o céu fechar para a população começar a olhar para o nível da água, os rios e as encostas. Desde a tragédia que devastou o estado em 2024, a sensação é de que o perigo nunca mais foi embora.

Mesmo em dias de sol, a pergunta agora é outra: e se acontecer de novo? Moradores e comerciantes vivem em alerta e famílias dormem com documentos separados, prontas para sair às pressas se for necessário.

Agora, esse temor ganhou uma base ainda mais concreta.

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Um novo estudo confirma o risco iminente no RS

Um levantamento técnico recém-divulgado pelo governo do Estado aponta que o RS em risco de enchente é uma realidade permanente, e não um episódio isolado. O documento mapeou áreas vulneráveis em todo o território gaúcho e revelou que milhares de famílias seguem vivendo em regiões ameaçadas por cheias, alagamentos e inundações.

O material analisou relevo, histórico de enchentes, proximidade de rios, padrão urbano e mudanças climáticas. O resultado é direto: o risco permanece elevado mesmo sem eventos extremos imediatos.

Além disso, o estudo identificou que parte dos municípios afetados em 2024 continua altamente exposta a novos desastres, especialmente em zonas ribeirinhas e bairros construídos em áreas naturalmente alagáveis.

Mapa revela cidades mais vulneráveis

(Imagem do estudo revela os municípios e classifica o potencial risco de novas inundações)

O levantamento traça um verdadeiro “raio-x” do RS e expõe as regiões mais frágeis:

  • Vales e regiões próximas a rios principais
  • Áreas urbanas com drenagem deficiente
  • Bairros abaixo do nível dos cursos d’água
  • Regiões com ocupações irregulares
  • Municípios com solo de alta saturação

Enquanto isso, especialistas alertam que o avanço das chuvas intensas e a repetição de eventos extremos aumentam drasticamente a chance de novas ocorrências.

Canoas está entre as regiões mais preocupantes

(Foto de Canoas durante a enchente de 2024. Créditos: Ricardo Stuckert / PR)

Entre os municípios em destaque negativo surge um nome que não passa despercebido: Canoas.

A cidade aparece como uma das zonas mais críticas no mapa de risco, devido à combinação de:

  • alto nível urbano,
  • proximidade com o Rio dos Sinos,
  • histórico recente de alagamentos severos,
  • e vulnerabilidade habitacional.

De acordo com o estudo, bairros baixos e áreas próximas a cursos d’água permanecem como pontos de risco imediato, especialmente em episódios de chuva volumosa em curto período.

Além disso, a análise indica que sem obras estruturais profundas, o risco de novas enchentes não pode ser descartado — mesmo em períodos fora da chamada “temporada de chuvas”.

Por que o risco continua mesmo sem chuva forte?

(Foto: REUTERS/Amanda Perobelli)

Muita gente acredita que a tragédia só acontece quando chove demais. No entanto, o estudo alerta: o solo ainda está fragilizado.

Ou seja:

  • encostas seguem instáveis,
  • estruturas de drenagem continuam comprometidas,
  • e o nível de absorção da terra está reduzido.

Com isso, mesmo volumes aparentemente baixos de chuva podem causar alagamentos rápidos.

Além disso, o documento destaca que o avanço desordenado das cidades e as mudanças climáticas tornam o cenário ainda mais imprevisível.

O que pode mudar daqui para frente?

Segundo o levantamento, o Estado precisa agir em quatro frentes:

  1. Mapeamento contínuo das áreas de risco
  2. Obras emergenciais de drenagem e contenção
  3. Políticas de reassentamento de famílias vulneráveis
  4. Sistemas de alerta mais rápidos e precisos

Enquanto isso, a população segue na linha de frente da incerteza.

Alerta não é para entrar em pânico, é para se preparar

O estudo não afirma que uma nova enchente vai acontecer amanhã. Porém, ele deixa claro que ela pode acontecer novamente se nada mudar.

Por isso, autoridades defendem que o momento não é de medo, mas de prevenção.

Em outras palavras: o risco agora é conhecido. Ignorá-lo, não é mais uma opção.

PRA CONTINUAR LENDO: Quer ter acesso ao estudo completo? Clique aqui e veja todas as informações técnicas divulgadas pelo Governo do Rio Grande do Sul

Guilherme Galhardo
Guilherme Galhardo
Estudante de jornalismo, apaixonado pela cultura POP, luta-livre, games, séries e filmes. Entusiasta de meteorologia e punk rocker nas horas vagas.
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