Quem acompanha a instabilidade sobre o Rio Grande do Sul deve se preparar para um cenário prolongado. De acordo com a MetSul Meteorologia, o ciclone no RS não será um evento rápido: os ventos mais intensos podem persistir por 24 a 36 horas seguidas, elevando o risco de danos e transtornos.
O sistema é classificado como de alta intensidade e terá impacto direto em diversas regiões gaúchas com chuva volumosa, temporais e rajadas de vento que podem passar dos 100 km/h em pontos mais expostos.
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Quando o ciclone começa a atuar no RS
A formação do sistema ocorre sobre o continente. Já nesta segunda-feira (8), uma área de baixa pressão muito profunda começa a se organizar a partir do nordeste da Argentina.
No território gaúcho, o ciclone entra em fase de maior intensificação entre:
- Terça-feira (9)
- Quarta-feira (10)
A tendência é de afastamento gradual a partir de quinta-feira (11).
Segundo a MetSul, o que chama atenção neste evento não é apenas a força, mas o comportamento do sistema.
Meteorologistas destacam que o ciclone terá deslocamento lento e trajetória irregular, permanecendo ativo por cerca de quatro dias, um padrão que não é considerado comum.
Pressão extremamente baixa
Modelos climáticos indicam pressão atmosférica entre 985 hPa e 990 hPa sobre o RS, valores considerados raríssimos para o território gaúcho e típicos de sistemas muito intensos.
Chuva excessiva e risco de alagamentos
Durante a passagem do ciclone, o Sul do Brasil pode registrar chuva localmente extrema. No RS, alguns pontos podem acumular entre:
- 150 a 300 milímetros em poucas horas
A instabilidade começa entre a tarde e a noite desta segunda-feira.
Na terça, o sistema também afeta Paraná e Santa Catarina.
Na quarta-feira, o foco da chuva mais forte volta a ser o Rio Grande do Sul.
Há risco de:
- Alagamentos urbanos
- Inundações repentinas
- Enxurradas
- Transbordamento de arroios e córregos
Temporais severos e risco de vendavais
O início das tempestades deve ocorrer entre o fim da tarde e a noite desta segunda, pelo Oeste do Sul do Brasil.
Porém, o dia mais crítico será terça-feira, com:
- Tempestades localizadas
- Granizo de tamanho variado
- Rajadas muito fortes
A MetSul ainda alerta para:
- Possibilidade de supercélulas de tempestade
- Risco, mesmo que baixo, de tornados no Sul do país
Ventos ciclônicos: quando será pior?
Os ventos associados ao ciclone tendem a persistir por muitas horas consecutivas.
Segundo a MetSul:
- O vento começa a se intensificar no Litoral na noite de terça
- A força máxima ocorre ao longo da quarta-feira
- Rajadas ainda podem ocorrer no início da quinta-feira, especialmente na costa
As regiões mais afetadas devem ser:
- Sul do RS
- Leste do RS
Essas áreas ficam sob o núcleo (vórtice) do ciclone.
Impactos esperados
Com ventos contínuos por até 36 horas, o risco de:
- Destelhamentos
- Queda de árvores
- Postes danificados
- Falta de energia em grande escala
é considerado elevado, especialmente em áreas atendidas pela CEEE Equatorial.
Atenção redobrada
Especialistas alertam que o ciclone pode ter variações conforme novos dados são incorporados aos modelos.
A recomendação é:
- Acompanhar avisos oficiais
- Reforçar telhados e estruturas
- Evitar áreas alagadas
- Ficar atento a quedas de energia
O ciclone no RS não deve ser tratado como um evento comum. A duração prolongada, associada à intensidade, aumenta o potencial de impactos em várias regiões do Estado.

