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08 de dezembro de 2025

Pesquisadores afirmam que eventos climáticos deverão ser cada vez mais frequentes e extremos no RS

Eventos climáticos extremos no RS não serão exceção. O que especialistas revelam assusta e exige mudança urgente.

A maior tragédia climática da história do Rio Grande do Sul aconteceu em maio de 2024. Mas, segundo especialistas, ela pode não ter sido a pior. Um novo levantamento revela que o Estado pode ser atingido por eventos climáticos extremos ainda mais intensos e frequentes nos próximos anos.

O alerta vem do estudo “As Enchentes no Rio Grande do Sul – Lições, Desafios e Caminhos para um Futuro Resiliente”, coordenado pela Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA) em parceria com universidades e órgãos públicos.

Os dados são preocupantes: as chuvas de maio foram as mais intensas, duradouras e abrangentes já registradas no Brasil. E as mudanças climáticas duplicaram a probabilidade de eventos desse tipo, além de tornar as precipitações até 9% mais intensas.

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RS lidera risco de novos eventos climáticos extremos

O estudo aponta que o Sul do Brasil é hoje a região mais vulnerável do país a novas cheias. As projeções indicam crescimento de até 20% na vazão máxima dos rios.

Na prática, isso significa que desastres que antes aconteciam a cada 50 anos podem ocorrer a cada apenas 10.

“Esses eventos vão se repetir. E vão se tornar cada vez mais fortes”, alerta a superintendente da ANA, Ana Paula Fioreze à gzh.

Rios podem subir ainda mais

Os pesquisadores estimam que:

  • Na Serra, os rios podem subir até três metros além dos níveis históricos
  • No Guaíba, o aumento pode chegar a um metro acima do que já foi registrado

Em 2024, o Guaíba atingiu 5,37 metros, a maior marca desde 1941.

Falta de preparo agravou a tragédia

O relatório revela falhas graves na prevenção e resposta ao desastre.

Cerca de 40% dos atingidos em Porto Alegre não sabiam que moravam em área de risco. Não havia plano de evacuação. Hospitais, quartéis e prédios públicos estavam em zonas antes mapeadas como inundáveis.

“A população precisa saber onde mora, quais os riscos e o que fazer quando o alerta tocar”, afirma o hidrólogo Fernando Fan, do IPH.

Além disso, o sistema de monitoramento falhou em pontos estratégicos. Estações estavam inoperantes e isso atrasou alertas e ações emergenciais.

O que pode ser feito para evitar novas tragédias

O estudo defende medidas urgentes que combinem prevenção e obras estruturais.

Medidas imediatas:

  • Mapear áreas de risco
  • Incluir impactos climáticos nos planos urbanos
  • Reforçar monitoramento meteorológico
  • Criar planos de evacuação
  • Melhorar comunicação com a população

Obras previstas:

Fundo de R$ 6,5 bilhões:

  • Dique em Eldorado do Sul
  • Reforço no Arroio Feijó
  • Contenção nos rios Sinos e Gravataí

“Sem prevenção e manutenção, as obras perdem eficiência”, alerta Fan.

O impacto de 2024

O desastre deixou marcas profundas:

  • 2,4 milhões de pessoas afetadas
  • 478 municípios atingidos
  • 183 mortes
  • 15 mil casos de leptospirose
  • 50 mil desabrigados
  • Deslizamentos em massa na Serra
  • Mais de 700 mm de chuva em algumas regiões do Norte do Estado

A conclusão é clara: o RS precisa agir com urgência.

Os eventos climáticos extremos deixaram de ser exceção. Eles estão se tornando regra.

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Guilherme Galhardo
Guilherme Galhardo
Estudante de jornalismo, apaixonado pela cultura POP, luta-livre, games, séries e filmes. Entusiasta de meteorologia e punk rocker nas horas vagas.
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