O que muitos meteorologistas vinham temendo desde a semana passada finalmente se confirmou: a previsão de ciclone no RS saiu do campo da possibilidade e passou a ser tratada como realidade nos principais mapas climáticos desta segunda-feira (8).
Imagens de monitoramento atmosférico do Windy mostram um sistema de baixa pressão se organizando rapidamente na região e ganhando força. Plataformas de previsão indicam o avanço de instabilidade intensa sobre o Sul do Brasil, com sinais claros de chuva volumosa e ventos expressivos.
A preocupação cresce porque não se trata de uma instabilidade comum. Dados recentes apontam para um sistema bem forte, com potencial de afetar grande parte do Rio Grande do Sul em um curto espaço de tempo.
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Agora, vamos ao que interessa: quando o ciclone se forma e quando ele atinge o RS?
Quando o ciclone começa a se formar
Na manhã desta segunda-feira (8), por volta das 8h30, o sistema ainda estava sob o Paraguai em processo de formação. Ele não estava completo no início do dia, mas já começou a influenciar o tempo no Rio Grande do Sul.
Cidades do Oeste do Estado como Uruguaiana, Alegrete, Dom Pedrito, São Gabriel, Santa Maria e Caçapava do Sul já registravam chuva, mesmo antes da formação total do ciclone.
Quando o ciclone atinge o RS de vez
O sistema deve se formar completamente por volta das 22h desta segunda. No entanto, o momento mais crítico está previsto para terça-feira (9), quando o ciclone passa a atuar de forma mais direta sobre o Estado.

Praticamente todo o Rio Grande do Sul deve registrar chuva intensa e ventos fortes ao longo do dia.
Cidades mais críticas na terça-feira (9)
Segundo dados do Windy, os municípios mais atingidos devem ser:
- Dom Pedrito
- Camaquã
- Dom Feliciano
- Arambaré
- Tapes
- Barão do Triunfo
- Barra do Ribeiro
Nessas regiões, os modelos indicam:
- Chuva volumosa
- Rajadas de vento entre 65 e 70 km/h
E Porto Alegre, Região Metropolitana e Canoas?
Na Capital, na Região Metropolitana e em Canoas, a previsão aponta para:
- Chuva forte
- Ventos entre 50 e 55 km/h
Apesar de desconforto e possíveis transtornos pontuais, não há indicação de medidas extremas para essas áreas no momento.
Mesmo assim, moradores devem evitar deslocamentos desnecessários durante os períodos mais críticos.
Atenção especial ao Litoral Gaúcho
O Litoral do RS também entra no radar de risco, com ventos previstos entre:
- 65 e 70 km/h, especialmente em áreas abertas e costeiras.
Quarta-feira (10): dia de maior risco pelo vento
Na quarta-feira, a chuva começa a perder força, mas o perigo se desloca: o vento passa a ser o maior problema.
Meteorologistas explicam que, conforme o ciclone se afasta, os ventos aumentam em áreas mais distantes do centro do sistema.
Pela manhã de quarta:
- Oeste e Centro-Oeste: ventos entre 60 e 70 km/h
- Sul e Costa Doce: rajadas que podem chegar a 80 km/h
Atenção especial:
Camaquã, Tapes, Arambaré, Santa Rita do Sul e Pacheca entram em faixa de risco acentuado.
Durante a tarde (por volta das 15h):
Na Costa Doce, os ventos podem alcançar:
- Até 90 km/h, com destaque para Barra do Ribeiro
Na Região Metropolitana:
- Novo Hamburgo
- São Leopoldo
- Sapucaia do Sul
- Canoas
- Gravataí
- Porto Alegre
Rajadas entre 70 e 78 km/h
Litoral Norte e Região Metropolitana Leste
Aqui está o ponto mais crítico:
Cidades podem registrar ventos de:
- 80 a 100 km/h
Destaque absoluto para:
Atlântida Sul, onde os modelos indicam rajadas de até 101 km/h.
Fim de quarta-feira
Entre o fim da tarde e a noite, o ciclone começa a se afastar e:
- Ventos diminuem
- Chuva perde força
- O tempo entra em processo de estabilização
Alerta oficial
A Defesa Civil do RS emitiu no domingo (7) um aviso de:
- Mudança brusca de tempo
- Temporais isolados entre segunda e quarta-feira
Recomendações:
- Verifique telhados e estruturas soltas
- Evite áreas alagáveis
- Não se abrigue sob árvores
- Fique atento a comunicados oficiais
Especialistas lembram: a meteorologia não é 100% exata e os cenários podem mudar para melhor ou pior a qualquer momento.
A orientação é clara:
Acompanhe alertas oficiais e mantenha atenção redobrada.

