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11 de dezembro de 2025

Acabou a escala 6×1? Decisão no Senado deixa trabalhadores em alerta

O fim da escala 6x1 está mais perto do que parece, mas um detalhe escondido no texto aprovado pode mudar tudo.

Nos últimos dias, uma pergunta tomou conta das redes sociais, dos grupos de WhatsApp e até das conversas no trabalho: a escala 6×1 realmente chegou ao fim? A dúvida virou praticamente um assunto nacional, especialmente depois que começaram a circular informações desencontradas sobre mudanças na jornada e possíveis alterações nos direitos trabalhistas.

Enquanto muita gente tenta entender o que já vale, o que não vale e o que ainda pode mudar, a verdade é que o tema está mais quente do que nunca e bem distante de ser simples. Muitos trabalhadores já imaginam mudanças imediatas, outros falam até em semana de quatro dias, e há quem esteja comemorando antes da hora.

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É só a partir daqui que o ponto central começa a ficar claro: sim, houve um passo importante, mas não, nada muda de imediato. E entender isso exige olhar com calma o que exatamente foi votado.

O que foi aprovado sobre o fim da escala 6×1

A CCJ do Senado aprovou uma PEC que atinge diretamente a discussão sobre a escala 6×1, pois cria um novo modelo de jornada semanal no Brasil. A proposta fixa o limite de 36 horas por semana, distribuídas em até cinco dias, abrindo caminho para o fim do antigo esquema de seis dias trabalhados para apenas um de descanso.

Além disso, a PEC cria um novo formato: repouso semanal de, no mínimo, dois dias remunerados, preferencialmente aos sábados e domingos. Isso já muda totalmente a lógica da escala tradicional que grande parte dos trabalhadores conhece.

Mas, apesar do impacto gigantesco, é aqui que entra a parte que muita gente ainda não percebeu.

A escala 6×1 acabou? A resposta não é tão simples quanto parece

A aprovação na CCJ não significa que o fim da escala 6×1 já está valendo. A proposta ainda precisa passar pelo plenário do Senado e, depois disso, seguir para análise da Câmara dos Deputados. Só depois de aprovada nas duas Casas é que as mudanças podem se tornar realidade.

Ou seja: a escala 6×1 não acabou oficialmente, mas está mais perto do fim do que nunca, e com um plano detalhado para desaparecer aos poucos.

Como será a transição até o fim da escala 6×1

A PEC cria um período de transição que pode durar até cinco anos, justamente para que empresas e trabalhadores consigam se adaptar. O processo funciona assim:

  • Até 31 de dezembro do ano da aprovação: jornada máxima continua sendo de 44 horas semanais, com descanso preferencial aos domingos.
  • A partir do ano seguinte: limite cai para 40 horas semanais, distribuídas em até cinco dias, com dois dias de descanso.
  • Depois disso: o limite semanal reduz uma hora por ano, até atingir 36 horas semanais, mantendo repouso de dois dias.

Se a proposta for aprovada em 2025, por exemplo:

  • Em 2026, a jornada máxima cairá para 40 horas;
  • Em 2027, vai para 39 horas;
  • Em 2028, 38 horas;
  • Em 2029, 37 horas;
  • Em 2030, enfim, chegamos às 36 horas semanais.

Esse modelo encerra, na prática, a escala 6×1, mas não de forma imediata.

Oito horas diárias continuam valendo

Mesmo com a transição, a jornada diária de até 8 horas permanece. Qualquer alteração ou compensação deve ser feita por meio de acordo ou convenção coletiva, mantendo segurança jurídica para empregadores e empregados.

Quem propôs a mudança e o que falta para virar lei

A PEC é do senador Paulo Paim (PT-RS) e foi relatada por Rogério Carvalho (PT-SE). Agora, o texto segue para o plenário do Senado. Se for aprovado, ainda precisará passar pelos deputados antes de entrar em vigor.

Em resumo: a escala 6×1 não acabou hoje, mas o caminho para isso já está oficialmente aberto.

Guilherme Galhardo
Guilherme Galhardo
Estudante de jornalismo, apaixonado pela cultura POP, luta-livre, games, séries e filmes. Entusiasta de meteorologia e punk rocker nas horas vagas.
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