A violência doméstica voltou a fazer mais uma vítima no Brasil, reforçando um cenário que preocupa autoridades e especialistas. Casos envolvendo mulheres que já haviam denunciado agressões continuam se repetindo, mesmo quando há medidas judiciais em vigor.
Além disso, situações como essa reacendem o debate sobre a efetividade das ações de proteção e o risco constante vivido por mulheres que tentam romper ciclos de violência.
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Na manhã desta quinta-feira (18), uma mulher de 26 anos, identificada como Mila Rodrigues da Silva, foi encontrada morta dentro da casa onde morava, no bairro Nossa Senhora da Penha, em Cachoeiro de Itapemirim, no Sul do Espírito Santo. A vítima possuía medida protetiva contra o ex-companheiro, apontado como autor do crime.
De acordo com a Polícia Militar, Mila foi estrangulada com uma corda de varal e, em seguida, esfaqueada. O corpo foi localizado após vizinhos acionarem a polícia por volta das 8h. Moradores relataram que o crime pode ter ocorrido ainda na noite de quarta-feira (17).
Suspeito levou as crianças após o crime
Após matar Mila, o ex-companheiro, Thiago de Paiva Silva Fardim, de 30 anos, deixou a residência levando os dois filhos da vítima: um bebê de 4 meses, filho do casal, e uma criança de 6 anos, de um relacionamento anterior.
Ainda não há confirmação se as crianças presenciaram o assassinato da mãe. O bebê foi encontrado junto com o suspeito horas depois.
Confissão e prisão
Logo após o crime, policiais iniciaram buscas pelo suspeito e pelas crianças. Thiago foi localizado na casa da mãe, em um bairro próximo.
“A gente procurou informações de onde o suspeito supostamente poderia estar, até porque ficamos muito receosos sobre a situação das crianças. Fizemos uma diligência na casa da mãe dele, em um bairro próximo e conseguimos localizar”, explicou o subtenente Rocha, da Polícia Militar.
Segundo o militar, Thiago confessou o crime no momento em que foi abordado e alegou legítima defesa.
A Polícia Civil informou que a ocorrência seguia em andamento no plantão da Delegacia Regional de Cachoeiro de Itapemirim até a publicação da reportagem. Mais detalhes sobre a autuação devem ser divulgados após a conclusão das oitivas.
O corpo de Mila foi encaminhado à Seção Regional de Medicina Legal (SML) da Polícia Científica, onde passaria por necropsia antes da liberação para os familiares.
Histórico de violência e medida protetiva
Segundo a polícia, o relacionamento entre Mila e Thiago era marcado por agressões, separações e reconciliações. A vítima havia solicitado e obtido uma medida protetiva contra o ex-companheiro justamente por episódios anteriores de violência.
O delegado responsável pelo caso fez um alerta a mulheres que vivem situações semelhantes, reforçando a importância de denunciar ameaças e buscar apoio da rede de proteção.
Crianças ficaram com familiares
O Conselho Tutelar foi acionado para acompanhar a situação das crianças. O bebê de 4 meses permaneceu sob os cuidados dos avós paternos. Já a criança de 6 anos foi levada para a casa de uma irmã de Mila.
O conselho informou que já havia atendido a família anteriormente por conta de conflitos e denúncias de maus-tratos envolvendo a criança mais velha. Também houve acompanhamento após o nascimento do bebê, que precisou permanecer internado no hospital por um período.

