Durante décadas, a ciência acreditou que o oxigênio só poderia ser produzido com a ajuda da luz solar. Essa ideia sempre esteve ligada à fotossíntese, processo essencial para a vida como conhecemos, realizado por plantas, algas e alguns microrganismos.
Por isso, regiões profundas dos oceanos, onde a luz nunca chega, sempre foram vistas como ambientes incapazes de gerar oxigênio por conta própria. No máximo, esses locais dependeriam do que desce das camadas superiores do mar.
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No entanto, uma descoberta recente mudou completamente essa lógica. Em 2024, uma equipe internacional de cientistas identificou a produção do chamado Oxigênio Escuro a mais de 4 mil metros de profundidade, no fundo do oceano Pacífico, em um ambiente totalmente sem luz solar.
Diferente do oxigênio tradicional, o Oxigênio Escuro não é gerado pela fotossíntese. Ele surge a partir de reações químicas realizadas por microrganismos que vivem em contato com nódulos polimetálicos espalhados pelo fundo do oceano.
Essas rochas são ricas em minerais como manganês, níquel, cobre, cobalto e lítio. Segundo os pesquisadores, os nódulos funcionam como verdadeiras “geobaterias”, capazes de separar as moléculas da água (H₂O) em hidrogênio e oxigênio, liberando o gás mesmo em completa escuridão.
Por que o Oxigênio Escuro é tão importante
A descoberta do Oxigênio Escuro pode revolucionar o entendimento sobre como a vida consegue se manter em ambientes extremos, onde a luz solar nunca esteve presente. Isso muda a forma como cientistas enxergam os limites da sobrevivência no planeta.
Especialistas apontam que esse tipo de produção de oxigênio pode explicar como certos organismos conseguem viver em profundezas oceânicas consideradas inóspitas. Além disso, o fenômeno abre novas possibilidades para entender a origem da vida na Terra.
Outro ponto que chama atenção é o impacto da descoberta na busca por vida fora do planeta. Se o oxigênio pode ser produzido sem luz solar, ambientes subterrâneos ou oceânicos de outros planetas e luas passam a ser considerados candidatos mais promissores para abrigar formas de vida.
Descoberta levanta novos questionamentos
Apesar do avanço, os cientistas alertam que ainda há muito a ser estudado sobre o Oxigênio Escuro. Ainda não se sabe, por exemplo, a quantidade exata de oxigênio produzida nem por quanto tempo esse processo ocorre de forma contínua.
Mesmo assim, a descoberta já é considerada uma das mais intrigantes dos últimos anos na oceanografia e na biologia. Ela desafia conceitos antigos e reforça que a ciência ainda tem muito a aprender sobre os mistérios escondidos nas profundezas dos oceanos.

