Variante passa a ser monitorada pelas autoridades de saúde
A circulação de novas variantes de vírus respiratórios voltou a acender o alerta das autoridades de saúde. Uma delas é a chamada Gripe K, que já teve registros confirmados no Brasil e passou a integrar o monitoramento epidemiológico nacional.
Embora os primeiros registros mais frequentes tenham ocorrido na América do Norte, a identificação de casos em território brasileiro levou à intensificação das ações de vigilância e acompanhamento da evolução do vírus.
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Casos confirmados colocam Gripe K no radar no Brasil
Segundo informações do Ministério da Saúde, o Brasil confirmou quatro casos da Gripe K. Um deles é considerado importado e foi registrado no Pará. Os outros três ocorreram no Mato Grosso do Sul.
A partir desses registros, autoridades passaram a observar com mais atenção a circulação do vírus e sua possível disseminação, especialmente em períodos de maior incidência de síndromes respiratórias.
O que é a Gripe K e por que ela chama atenção
A Gripe K é um nome informal utilizado para se referir a uma variação genética do vírus influenza A (H3N2), identificada como subclado K, também chamada de J.2.4.1. Apesar do nome, não se trata de um vírus totalmente novo.
“Ela não é um vírus novo, mas uma linhagem dentro do H3N2 que ganhou atenção por estar aumentando em alguns países e por possíveis diferenças de escape imunológico, algo que faz parte da evolução natural do influenza sazonal”, explicou a pneumologista Michele Andreata.
Sintomas são semelhantes aos da gripe comum
De acordo com especialistas, os sintomas da Gripe K são típicos da influenza. Entre os mais comuns estão:
- Febre
- Dor no corpo
- Tosse
- Dor de garganta
- Coriza ou congestão nasal
- Cefaleia e prostração
“Na prática, para a maioria das pessoas, o quadro clínico se parece muito com a gripe sazonal. O que muda é o contexto epidemiológico, a circulação local do vírus e o risco individual de complicações”, alertou.
Variante não indica maior gravidade até o momento
Até agora, informes internacionais não apontam mudanças significativas na gravidade clínica associadas à Gripe K. No entanto, temporadas em que o vírus H3N2 predomina costumam afetar mais intensamente a população idosa.
O Ministério da Saúde informou que não há evidências de que a variante esteja ligada a casos mais graves. “O principal ponto de atenção é a combinação entre H3N2, grupos de risco e pressão sobre os serviços de saúde, e não uma virulência intrinsecamente maior da cepa”, explicou.
Grupos de risco seguem os mesmos da influenza
Os grupos mais vulneráveis às complicações da Gripe K são os mesmos já conhecidos para a influenza em geral. Entre eles estão:
- Idosos
- Gestantes
- Crianças
- Pessoas com doenças crônicas, como cardiopatias, asma, DPOC, diabetes, doença renal, obesidade e imunossupressão
“Nesses públicos, a influenza pode evoluir para pneumonia viral, infecção bacteriana secundária, descompensação de doenças de base e necessidade de internação”, afirmou a especialista.
Vacina continua sendo a principal proteção
O governo federal observou que, em 2025, o Brasil apresentou um comportamento fora do padrão do vírus influenza A (H3N2), com aumento de casos no segundo semestre, antes mesmo da identificação do subclado K no país.
Segundo especialistas, a vacinação anual contra a gripe continua sendo a principal forma de prevenção contra casos graves e hospitalizações.
“As evidências específicas de efetividade contra o subclado K ainda são limitadas, mas dados preliminares indicam proteção semelhante à de anos anteriores contra doença grave, inclusive hospitalização, o que reforça a importância de manter e ampliar a cobertura vacinal”, destacou.
As vacinas contra influenza são atualizadas regularmente, conforme os vírus em circulação e recomendações internacionais.
Medidas simples ajudam a reduzir a transmissão
Além da vacinação, seguem válidas orientações como higienização das mãos, etiqueta respiratória, permanência em casa em caso de sintomas, ventilação de ambientes e evitar aglomerações em locais fechados. O uso de máscara é recomendado para pessoas sintomáticas.
Sobre o diagnóstico, especialistas alertam que “somente pelos sintomas é difícil” diferenciar a Gripe K de outras infecções respiratórias, como a covid-19. A confirmação mais confiável ocorre por meio de testes laboratoriais, especialmente em grupos de risco.

