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Canoas
23 de dezembro de 2025

Bolo envenenado: relembre caso que matou moradoras de Canoas

Bolo envenenado: relembre caso que matou três moradoras de Canoas

Há um ano o caso de um bolo envenenado chocou o Rio Grande do Sul. O que seria apenas uma confraternização familiar, antes do Natal, acabou com sete pessoas da mesma família hospitalizadas. Três delas, todas moradoras de Canoas, não resistiram e acabaram morrendo.

Com as mortes, a Polícia Civil começou a investigar o caso. Rapidamente, a história ganhou novos contextos e reviravoltas.

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Entenda o caso do bolo envenenado

Zeli Terezinha Silva dos Anjos era moradora de Canoas. Porém, devido a enchente, acabou indo morar com o marido em Arroio do Sal, no Litoral Norte. Tradicionalmente, ela fazia o bolo de reis para confraternizações familiares.

No dia 23 de dezembro, a família saiu de Canoas e se reuniu com Zeli no Litoral Norte. A maioria comeu o bolo. Porém, o que ninguém sabia, era que a farinha utilizada no preparo estava contaminada com arsênio. O veneno causou a morte de duas irmãs e da sobrinha de Zeli.

Professora de Canoas, Maida Berenice Flores da Silva de 58 anos, passou mal logo após comer o bolo. Ela já teria chegado sem vida no Hospital Nossa Senhora dos Navegantes, em Torres. Neuza Denise da Silva dos Anjos de 65 anos e a filha, Tatiana Denise Silva dos Anjos de 43 anos, faleceram no dia seguinte, devido ao envenenamento.

O marido de uma das vítimas chegou a necessitar de atendimento médico, mas foi liberado em seguida. Zeli e o neto de 10 anos chegaram a ficar internados por dia na casa de saúde. Com o número de mortes, a Polícia Civil começou a investigar o caso e, logo no inicio, descartou a hipótese de intoxicação alimentar.

O caso teve uma reviravolta em janeiro de 2025. A nora de Zeli foi presa por triplo homicídio em Nova Santa Rita. A investigação apurou que, há meses, Deise Moura dos Anjos, pesquisava sobre o veneno na internet. Além disso, a Polícia Civil encontrou com ela uma nota fiscal comprovando a compra da substância.

Logo após a prisão, o delegado Marcos Veloso, responsável pela investigação, descreveu a nora como “fria e calculista”.

Antes da prisão, Deise chegou a visitar a sogra no hospital.

Perícia encontrou veneno na farinha

Ainda em janeiro, o Instituto Geral de Perícias (IGP) confirmou que encontrou arsênio na farinha utilizada no preparo do bolo.

O caso levantou suspeitas sobre a morte do sogro de Deise. Paulo Luiz dos Anjos, que morreu em setembro de 2024, teira tido uma intoxicação alimentar após comer bananas e leite em pó levados pela nora. Porém, após a exumação e análise pericial, ficou comprovado que ele também havia ingerido arsênio.

No decorrer da investigação, os policiais apuraram que Deise terua tentando envenenar o marido, Diego Silva dos Anjos e o filho com um suco de manga. Eles chegaram a buscar atendimento médico após ingerirem a bebida, mas foram liberados.

Encontrada morta na cadeia

O caso deve um desfecho em fevereiro. No dia 13, Deise foi encontrada morta na cela em que estava presa na Penitenciária Estadual de Guaíba. Ela deixou uma carta.

A Polícia Civil concluiu o inquérito, devido a “extinção da punibilidade da pessoa” autora dos homicídios.

Jaime Zanatta
Jaime Zanatta
Jornalista formado pela Unisinos escreve sobre economia, cotidiano, polícia e o dia a dia das cidades.
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