A prova prática para tirar a carteira de motorista sempre foi considerada uma das etapas mais temidas do processo de habilitação. Durante anos, uma única falha mais grave era suficiente para reprovar o candidato. No entanto, esse cenário mudou recentemente, e o exame passou a funcionar de uma forma bem diferente.
Segundo informações do portal Auto Papo, mudanças nas regras tornaram o exame prático da CNH do Brasil menos rigoroso. A proposta é tornar o processo mais acessível, mas o novo formato já levanta questionamentos importantes entre especialistas em trânsito.
A principal preocupação está no novo sistema de avaliação, que agora permite que o candidato cometa mais erros e, mesmo assim, seja aprovado.
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Sistema de pontuação torna o exame da CNH do Brasil mais permissivo
De acordo com o Auto Papo, o modelo antigo de avaliação foi substituído por um sistema de pontos positivos, semelhante ao utilizado na CNH definitiva. Antes, uma infração eliminatória encerrava automaticamente a prova. Agora, as falhas são somadas.
Funciona da seguinte forma:
- Falta leve: 1 ponto
- Falta média: 2 pontos
- Falta grave: 4 pontos
- Falta gravíssima: 6 pontos
O candidato pode ser aprovado mesmo acumulando até 10 pontos durante o exame prático. Na prática, isso significa que erros considerados sérios não levam mais, necessariamente, à reprovação imediata.
Segundo o portal Auto Papo, em um cenário teórico, o candidato pode cometer uma infração gravíssima, além de outras falhas médias ou leves, e ainda assim ser considerado apto.
Especialista alerta para riscos na formação de novos motoristas
A mudança no exame da CNH do Brasil preocupa profissionais da área de educação no trânsito. Para eles, permitir mais erros durante a avaliação pode comprometer a qualidade da formação dos novos condutores.
“Quando você flexibiliza demais o exame, corre o risco de colocar nas ruas motoristas que ainda não estão preparados para lidar com situações básicas de segurança”, disse Roberta Torres, especialista em educação no trânsito com mais de 24 anos de estudos na área, ao Auto Papo.
Segundo Roberta, o exame não deve apenas medir se o candidato consegue conduzir um veículo, mas se ele tem condições reais de tomar decisões seguras no trânsito.
Críticas apontam impacto direto na segurança viária
Ainda conforme o Auto Papo, especialistas alertam que o trânsito brasileiro já enfrenta altos índices de acidentes, muitos deles causados por falhas simples, como desatenção, erro de julgamento e desconhecimento das regras.
“O exame precisa ter um caráter educativo. Quando ele vira apenas uma soma de pontos, perde-se a função de avaliar se aquele motorista está realmente pronto”, disse Roberta.
Para a especialista, o risco é que a facilidade no exame da CNH do Brasil gere um efeito contrário ao desejado, aumentando a insegurança nas vias a médio e longo prazo.
Mudanças reacendem debate sobre o futuro da CNH do Brasil
As alterações nas regras do exame prático reacenderam o debate sobre o equilíbrio entre acesso à habilitação e segurança no trânsito. Embora o novo modelo reduza custos e dificuldades para os candidatos, especialistas ouvidos pelo Auto Papo defendem cautela.
O exame da CNH do Brasil entra agora em uma fase mais flexível, mas também mais questionada. Os impactos reais dessas mudanças só devem ser percebidos com o tempo, à medida que os novos motoristas passarem a ocupar as ruas.
Em resumo: com as novas regras do exame da CNH do Brasil, o sistema de avaliação deixou de reprovar automaticamente o candidato por uma única falha grave ou eliminatória. Agora, as infrações cometidas durante a prova prática passam a somar pontos (1 para faltas leves, 2 para médias, 4 para graves e 6 para gravíssimas) e o candidato pode ser aprovado mesmo acumulando até 10 pontos. Na prática, isso significa que é possível cometer mais de um erro relevante, inclusive uma infração gravíssima, e ainda assim passar no exame

