Um adoçante natural bastante comum pode abrir caminho para uma nova abordagem no tratamento da calvície, segundo um estudo publicado na revista científica Advanced Healthcare Materials.
Pesquisadores da China e da Austrália desenvolveram uma técnica inovadora que combina o minoxidil, medicamento amplamente utilizado contra a queda de cabelo, com microagulhas feitas a partir de esteviosídeo, um composto derivado da planta estévia, conhecida por seu uso como adoçante natural.
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Por que o minoxidil nem sempre funciona bem?
O minoxidil é utilizado há décadas em loções e espumas aplicadas diretamente no couro cabeludo. No entanto, sua eficácia pode ser limitada porque nem todo o produto consegue penetrar adequadamente na pele e alcançar os folículos capilares, responsáveis pelo crescimento dos fios.
Parte da substância se perde antes de atingir a região onde realmente precisa agir.
Adoçante para a calvície microagulhas com derivado de adoçante
Para contornar esse problema, os cientistas criaram um adesivo com microagulhas ultrafinas, que perfuram a pele de forma quase indolor e liberam o minoxidil diretamente nos folículos capilares.
O diferencial da técnica está no uso do esteviosídeo, que ajuda o minoxidil a se dissolver melhor em água, aumentando sua absorção e eficácia.
Resultados animadores em testes com animais
Os testes foram realizados em camundongos geneticamente modificados para desenvolver queda de cabelo, e os resultados chamaram atenção:
- Após 35 dias, o tratamento com microagulhas e esteviosídeo gerou 67,5% de cobertura capilar
- O minoxidil tradicional, no mesmo período, alcançou apenas 25,7%
- O crescimento dos fios começou cerca de uma semana antes no grupo tratado com a nova tecnologia
Segundo os pesquisadores, houve um aumento significativo na ativação dos folículos capilares, acelerando a transição para a fase de crescimento.
E em humanos? Ainda não
Apesar dos resultados promissores, os cientistas reforçam que o estudo foi feito apenas em animais. Novos testes em seres humanos ainda serão necessários para avaliar:
- Segurança do método
- Eficácia real em pessoas
- Possíveis efeitos colaterais
- Viabilidade do uso a longo prazo
Caso os resultados se confirmem, a técnica pode reduzir a frequência de aplicações e diminuir irritações no couro cabeludo, um efeito colateral comum do uso contínuo do minoxidil convencional.

